Na noite desta quinta-feira (11), a Brigada Militar compareceu a uma residência, que funciona como um centro religioso, localizado no Cerro do Armour, após receber denúncia de mau cheiro vindo do local onde estava sendo realizada uma cerimônia. Segundo a ocorrência, quando os policiais chegaram no local, conversaram com P. B. V., 43 anos, que disse ser o responsável pelo lugar e autorizou a entrada dos PMs na casa. Ao fazer uma breve revista, os policiais encontraram 1 crânio e vários ossos em um freezer, que era utilizado como armário, e em outro cômodo mais 1 crânio e mais ossos espalhados.
Indagado sobre a procedência, o homem disse aos policiais que teria sido outra pessoa, já falecida, de iniciais R. S. C, que teria trazido os crânios e os ossos para o local. Foi constado que o homem não possuía licença para realização de atividade religiosa no endereço em questão. Com base nisso, foi preso. Ele foi encaminhado para a delegacia de Pronto Atendimento para prestar esclarecimentos e o Instituto Geral de Perícias compareceu ao local. O sujeito foi ouvido e liberado e responderá em liberdade.
Em entrevista ao programa Jornal da Manhã, nesta sexta-feira (12), a delegada Giovana Muller disse que o caso agora será investigado, e que a ossada será submetida à perícia a fim de apontar se realmente se trata de ossos humanos. Sobre a origem dos restos mortais, a delegada disse que o homem informou que teriam vindo de um cemitério localizado no interior do município.
Em caso de confirmação de ossada humana, o fato poderá configurar crime de ocultação de cadáver. “O que foi consignado no Registro de Ocorrência é que foram encontrados uma cabeça e um corpo humanos. E nos fundos dessa casa tinham locais onde havia essas ossadas, possivelmente humanas e dois crânios. E a pessoa que lá reside disse que esses ossos vieram de um cemitério de campanha. Então, foi solicitada a perícia e recolhimento para a análise pericial e nós precisamos agora aguardar o resultado, para primeiro constatar se realmente se trata de ossos humanos, e identificar de quem seriam esses ossos. Uma vez, se constatado o fato, poderia já se classificar como crime de ocultação de cadáver”.
Questionada sobre a hipótese de se tratar da possibilidade de ser um crime de homicídio e ocultação de cadáver, a delegada responde que o caso ainda é recente e precisa de elementos para serem colhidos, mas que num primeiro momento o que se tem de concreto é o envolvimento da utilização dos ossos para prática religiosa. “Há uma prática religiosa que é permitida no nosso país, considerando que não se pode haver a prática criminosa. Então, são situações que nós vamos apurar com cuidado”, disse a delegada.