sáb, 14 de junho de 2025

Variedades Digital | 14 e 15.06.25

Da Lá, Pra Cá | Da Babilônia à Sapucaí parte II

Na coluna passada falei um pouco sobre o fenômeno Carnaval, desde quando se tem notícias dele até sua chegada no Brasil. Em nosso solo, tomou uma proporção inimaginável.
Chegou aqui como “Entrudo”: uma festa popular portuguesa, com brincadeiras de rua, sem música nem danças, onde a diversão era jogar objetos uns nos outros. O festejo se espalhou rapidamente, e as transformações logo vieram.
A africanização da festa foi gigantesca, a maior e mais crucial modificação, principalmente nas cidades brasileiras com os maiores portos escravagistas: Rio de Janeiro, Salvador e Recife (qualquer semelhança com os mais fortes Carnavais atuais NÃO é mera

Mais antigo bloco do país (desde 1918) e único sobrevivente da época dos “Cordões Carnavalescos” do século passado

coincidência). Com isso, ganhou musicalidade com a percussão dos fascinantes batuques angolanos e congoleses. Essa festa popularizou-se e ganhou as ruas: somadas às brincadeiras próprias do Entrudo, vinham os “Zé Pereira” (grupos de foliões tocando instrumentos de percussão pelas ruas), os blocos, Ranchos e Cordões Carnavalescos. O evento sofria repressão sistemática, criminalização e, no pós-abolição, até proibição, já que significava socialização e empoderamento dos negros – o que, sim, ocorria, já que muito se arrecadou verbas para fundos de alforria em festas de Carnaval.
Já as elites queriam um Carnaval europeu, de salão, com máscaras e Corsos. Criaram, também, o Congresso das Sumidades Carnavalescas, considerada a primeira associação carnavalesca, promovendo desfiles com fantasias luxuosas, inclusive com carros alegóricos.

Chiquinha Gonzaga, compositora da primeira marchinha de Carnaval, Ô Abre Alas (1899)

Em comum: o samba ia dominando ambos os cenários. Uma história à parte.
Os blocos continuam; os Zé Pereira deixam o legado de sua percussão: as atuais “baterias”; os Ranchos e Cordões foram se expandindo e modificando para se tornarem associações carnavalescas; os desfiles da elite deixaram de existir pela queda do império e abolição da escravatura, porém suas fantasias e alegorias foram incorporadas pelas novas e mais populares associações, que se tornariam as atuais… ESCOLAS DE SAMBA, enfim, chegando à Sapucaí, quando, já com saudades, me despeço, conforme prenunciado no título desta coluna.

A prisão injusta do General Braga Netto, mantida há quase seis meses, sem nenhum tipo de condenação e baseada em acusações frágeis, tem que acabar! Se, até mesmo, a imprensa reconhece que tal restrição de liberdade é descabida, o que falta para soltá-lo? Braga Netto não é, nem nunca foi, ameaça para a democracia.

Mourão surpreende novamente e sobe o tom pedindo nova decisão de Moraes

Os advogados do general Braga Netto pediram ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a soltura do ex-ministro do governo de Jair Bolsonaro. O pedido foi feito após o militar prestar depoimento ao STF. Braga Netto negou as acusações. “Diante de todo o exposto, ratificando os pedidos já submetidos a esse STF e especialmente diante da atual