seg, 14 de outubro de 2024

Variedades Digital | 12 e 13.10.24

FUTURO TEMERÁRIO

Gilberto Jasper
Jornalista/[email protected]

A pior consequência da polarização que foi exacerbada a partir de 2018 no país é a carência do surgimento de novas lideranças e a falta de protagonismo de antigos líderes em segmentos tradicionais da cena brasileira. Qualquer opinião proferida publicamente é, em seguida, cotejada com manifestações anteriores relativas a posições políticas dos últimos anos.
Somos uma sociedade especialista em destruir biografias ao invés de exaltar bons exemplos, trajetórias edificantes e histórias inspiradoras. Nota-se um prazer mórbido em falar mal dos outros, em qualquer ambiente social. No trabalho, na mesa de bar, na reunião de família ou na fila do supermercado raramente se ouve reconhecimento por comportamentos acima da média.
No Rio Grande do Sul este sentimento pessimista é ainda mais intenso. Somos, como alguns definem, um enorme cesto repleto de caranguejos. Quando alguém consegue chegar ao topo para ganhar a liberdade alguém puxa o conterrâneo para baixo. O sucesso incomoda. É sempre vinculado a favores, sobrenome, carteiraço ou QI – quem indica. Elogiar gera sofrimento, postura destrutiva e pessimista.
Neste ambiente tóxico preocupa o futuro. Jovens com vocação de líderes têm poucos exemplos a serem seguidos. Pelo contrário. Proliferam péssimos comportamentos neste vale-tudo que tem solo fértil entre nós. Isso não é rotina apenas na política, como se viu ao longo da Operação Lava-Jato. O herói de hoje se transforma no presidiário do futuro com rapidez incrível.
A educação – sempre! – é a única esperança de transformação, mas pelo andar da carruagem e com base nos índices divulgados pelo Ministério da Educação – as perspectivas são desanimadoras. O analfabetismo, êxodo, desvalorização dos professores e o descaso com as condições materiais da maioria das escolas são manchetes diárias.
Seria ingênuo sugerir a adoção de uma espécie de “visão cor-de-rosa” do mundo, do país e do nosso Estado. Mas poderíamos agir com mais comprometimento na construção de um ambiente acolhedor que reconheça bons exemplos, apesar de serem raros. Enquanto “falar mal” for esporte nacional, teremos um Brasil conflagrado, rivalizado, egoísta. E as novas lideranças irão copiar os péssimos comportamentos que abundam por aí.

Dia Mundial de Combate à Pólio

O dia 24 de outubro marca o Dia Mundial de Combate à Poliomielite. A data homenageia o nascimento de Jonas Salk, líder da primeira equipe que desenvolveu uma vacina contra a doença. A efeméride serve para conscientizar a população ao redor do globo sobre os perigos da poliomielite e a importância da vacinação. Também conhecida como paralisia infantil ou pólio, a poliomielite é uma

ONTEM E HOJE

Gilberto Jasper Jornalista/[email protected] Ao chegar à velhice um dos erros mais comuns é comparar épocas. Quase sempre isso acontece a partir do uso da expressão “ah… no meu tempo era tudo muito melhor!”. Adotar este comportamento é tão velho quanto o mundo. Confesso que depois de seis décadas de vida é praticamente impossível deixar de analisar de maneira crítica as