Gilberto Jasper
Jornalista/[email protected]
Cada vez que algum indicador de qualidade – ou quantidade – de avaliação da educação é divulgado resulta em sentimentos como vergonha, preocupação e revolta. Base de tudo, o ensino em nosso país é responsável por um conjunto infindável de consequências cuja causa é o empobrecimento das bases consolidadas dentro da sala de aula.
O expediente de usar o ambiente escolar para disseminar conteúdos políticos e ideológicos não é novo. Sempre houve agentes mais preocupados em defender seus pontos de vista partidários em detrimento da redução do analfabetismo, da evasão e do desinteresse reinante.
Com o advento das redes sociais proliferam vídeos denunciando práticas que nada têm a ver com os ditames do currículo a ser implementado. A tentativa de manipulação dos alunos, como se fossem aspirantes ao cargo de cabos eleitorais, ganhou contornos de epidemia no Brasil. Esta espiral torna-se tem se agravado em decorrência de uma série de fatores.
É preciso reconhecer que um componente fundamental para turbinar as distorções escolares é a falta de comprometimento de muitos pais e responsáveis pela educação dos jovens. Não resta dúvida que é extenuante sentar-se com os filhos para conversar sobre o dia a dia na escola ou para corrigir as lições. Também desgasta insistir – e participar – de períodos de estudos e conhecer os coleguinhas pelo nome. Também faz parte da rotina conversar com os professores para trocar ideias, mostrar-se disponível e disposto a aceitar eventuais críticas ao herdeiro.
O que se observa é um quadro de desinteresse de pais que gastam o tempo livre nas redes sociais ao invés de compartilhar do cotidiano escolar dentro de casa. Chamados à escola, frequentemente se mostram contrariados diante de críticas que incluem desleixo na sala de aula e falta de comprometimento para cumprir tarefas. Costumam defender o filho, sem ao menos ouvir o professor, figura outrora valorizada.
O retrocesso no respeito à hierarquia em nome de “novas e modernas práticas” têm mostrado, ao longo do tempo, que os resultados são frustrantes. O formato das aulas, os materiais empregados e a didática também contribuem para aumentar o fosso entre o ensino ideal e a realidade brasileira.