dom, 6 de outubro de 2024

Variedades Digital | 28 e 29.09.24

O Terrorismo e a Guerra, molas nocivas da humanidade

Buenas!

 

            Falar de terrorismo e guerras não é algo rotineiro, felizmente, mas elas se sucedem, ano após ano no cenário mundial. Não há como viver indiferente aos fatos, não importa se estamos em férias ou com a cabeça enfiada num buraco, como um avestruz em busca de falha proteção.

Eles, os fatos, nos atropelam via noticiário, não importa sua crença ou opinião, se atento aos noticiários ou conectado às redes sociais. Pessoas são mortas diariamente em guerras, não importando se concordamos com suas motivações ou não.

O ato de invasão do território que hoje é israelense por parte do Hamas é um ato terrorista, sem nenhum atenuante ou justificativa. Não há como não se solidarizar com o povo israelense, atacado covardemente, assassinados em festas, em suas casas, em suas vidas normais.

Contudo, os bombardeios em reação ao ataque estão deixando milhares de mortos na Faixa de Gaza, onde o Hamas domina com mão de ferro. Ali vivem – peraí, direi melhor – sobrevivem, em condições sub humanas, alguns milhões de palestinos.

Os palestinos coabitam ali como se num cativeiro. Não há aeroportos e, para sair dali, além da autorização do Hamas, precisam ter autorização do Egito, ao Sul, ou de Israel, nos outros pontos. Estão completamente cercados, vivem em prédios insalubres, sem uma estrutura decente, como prisioneiros permanentes.

E qual o seu crime? Dos que não apoiam terroristas não sei, talvez terem nascido no lugar errado, professam a religião errada, ao menos, aparenta ser esse. Isso justifica bombardeios aleatórios, atingindo, inclusive, hospitais? Claro que não.

Mas, repito, nada disso justifica atos terroristas, como o do Hamas. Os israelenses e palestinos sobreviverem nesta terra outrora infértil, por puro interesse religioso, chega a ser algo sem sentido. Mas não há como encontrar sentido em decisões motivadas por interesses religiosos, não é?

Quando da criação do Estado da Palestina e do Estado de Israel, lá em 1947, pela decisão da ONU, presidida e planejada pela sapiência de um gaúcho, o ministro e diplomata Oswaldo Aranha, um dos maiores políticos que este país já viu.

Além de ter articulado o golpe de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder por mais de 15 anos, ele também trabalhou pela harmonização geopolítica internacional. Após a II Grande Guerra Mundial, milhões de judeus perderam suas casas e fortunas, que foram cooptadas pelos nazistas e apreendidas pelos Aliados vitoriosos. Como saber o que pertencem a quem? Como dividir a partilha? Os países aliados precisam pagar suas dívidas com a guerra, o que foi apreendido já tinha destino. E aquele povo desterrado na Europa?

O Estado de Israel foi uma excelente solução. Com apoio dos EUA, criou-se uma estrutura qualificada e criativa, que criou um pequeno país, mas focado em tecnologia. Tanto, que superou a falta de água e comida, dessalinizando água e plantando no deserto.

Mas e o Estado Palestino? Bem, este não teve tanta sorte…

Os palestinos já existiam naquela região desde antes da decisão da ONU. Antes da I Grande Guerra, era parte do Império Otomano. Em 1917, o Reino Unido, que assumiu o controle da região, decidiu, sem consultar os 500 mil palestinos que habitavam a região, que aquilo ali seria “o lar nacional dos judeus”. Em pouco tempo, 50 mil judeus migraram para lá.

Com a decisão da ONU, em 1948, de partilhar o território para os palestinos e judeus, criou dois estados. Mas disse que eles iriam se dar bem? Com poderio militar quase ilimitado partindo do suporte americano, Israel foi sobrevivendo aos ataques árabes e se esparramando pela região.

A ONU destinou 55% do território em questão aos israelenses. Hoje, por questões de “segurança”, eles dominam com mão de ferro 76% do espaço destinado aos dois países.

A Palestina, um estado criado pela ONU, não consegue reconhecimento nem espaço político. Muitos de seus habitantes revoltaram-se e criaram grupos armados, como o Hezbollah e o Hamas, que agem de modo sorrateiro, implementando ataques terroristas, como o criminoso ataque da semana passada.

Qual a solução? Não sei, não vejo saída para este embate. A ONU já considerou o modo como Israel “encarcera” os palestinos na faixa de Gaza e Cisjordânia como “violação dos direitos humanos fundamentais”. Mas e daí, com apoio americano, eles continuam fazendo. O Hama e o Hezbollah fazem seus ataques com suporte militar de países que odeiam Israel, como Síria, Irã, etc.

Como resolver esta pendência? Não há solução. A desculpa religiosa não justifica tudo isso. A “guerra santa” para ambos não explica tantas mortes e segregações.

Haver um único país com resquícios ocidentais e democrático no meio de dezenas de estados de cultura muçulmana torna o estado de Israel estratégico para os líderes ocidentais. As mortes e os atentados, de ambos os lados, é um preço barato, diria um magnata e político em sua mesa no 87º andar de seu escritório em Manhattan ou em qualquer outro belo lugar do mundo.

Assim como um povo dominado por grupos extremistas e terroristas para ser como escudos para defender-se após ataques abomináveis como os recentes e tantos outros no passado…

Logo, não há soluções rápidas ou culpados únicos, muito menos   decisão religiosa ou política que preze o bom senso que alivie a tensão naquela região. Se tens fé, reze pelas almas dos que ali sofrem atentados covardes ou são diariamente tratados como animais.

Quem não tem fé, lembre que Nelson Rodrigues já disse que “a humanidade não deu certo”, apesar de todo o conhecimento e cultura criados por ela.

O que sabemos é que sempre seremos humanos, na melhor e, algumas vezes, pior acepção da palavra…