É muito difícil qualificar o Movimento Sem-Terra em poucas palavras: braço político radical da extrema esquerda, grupo criminoso, terroristas, seita de fanáticos, organização especializada no achaque aos cofres públicos e na extorsão de produtores rurais. Independente da definição, uma coisa está clara. Sabemos que o seu propósito não é produzir alimentos ou gerar emprego e renda para os brasileiros. Mais difícil ainda é compreender como esse grupo continua impune após décadas de tantas barbaridades. Mexer com o MST é enfrentar forças poderosíssimas. A CPI incomodou demais, avançou muitos sinais e foi pressionada a encerrar suas atividades quando convocou o ministro da Casa Civil, Rui Costa, ex-governador da Bahia, o Estado campeão nas invasões de propriedades rurais e urbanas, privadas e públicas. A convocação foi desfeita por um ato da Mesa Diretora, que apontou inconsistências no requerimento. Ato contínuo, sete membros titulares da CPI mais alinhados na defesa da propriedade privada, foram substituídos por perfis governistas. Os partidos de esquerda chegaram a comemorar o fim precoce das investigações. Mas não foi o que aconteceu. Hoje sabemos que a Reforma Agrária no Brasil é uma grande indústria para fomentar a captação de dinheiro público e privado. O objetivo final não é o assentamento de famílias vocacionadas para a produção agrícola, mas a manutenção de um sistema de demanda permanente por terras, que usa os mais humildes como massa de manobra para pressionar os agentes públicos. Agem como uma milícia formada por brasileiros pobres, recrutados com falsas promessas nas periferias mais insalubres dos centros urbanos. Uma vez dentro, o indivíduo vira refém de uma engrenagem complexa de doutrinação e dominação. Prática, por sinal, muito semelhante ao que ocorre em organizações como a máfia, células terroristas e facções criminosas. Uma vez que entra, tem apenas o direito de obedecer. Logo de cara é preciso rezar a cartilha do socialismo, participar de cursos de guerrilha, trabalhar de graça dentro dos acampamentos (trabalho análogo à escravidão) e pagar o dízimo para os líderes. Tudo isso vivendo em condições degradantes, sem água, luz ou esgoto tratado. Sobrevivendo assim por anos a fio, esperando pela titulação do lote que nunca virá. Exatamente isso. O MST trabalha contra a titulação como estratégia de manter o cabresto sobre os acampados. E quem se levanta contra essa situação sofre na pele as consequências. De acordo com relatos de ex-integrantes do MST ouvidos pela CPI, o castigo é duro para os rebeldes. Violência física, psicológica, depredação do patrimônio e expulsão do assentamento. Também ficou comprovado a pressão que é feita sobre os acampados para que votem nos candidatos indicados pelo MST e FNL. Na diligência que realizamos em Alagoas colhemos documentos que comprovam o uso de dinheiro público para financiar diretamente manifestações realizadas no Estado. Notas fiscais que estão de posse da CPI revelam a liberação de recursos para o aluguel de ônibus para o transporte de manifestantes, a compra de cestas básicas e lonas para a montagem de acampamentos. Uma mesma empresa de transporte teria recebido R$ 5,6 milhões entre os anos de 2015 e 2023, sempre com processos envolvendo a dispensa de licitação. Já em Hidrolândia (GO) visitamos uma área invadida que, durante a semana, fica vazia. De sexta a domingo o local enche de manifestantes. E todos devidamente motorizados com veículos avaliados em até R$ 300 mil. Testemunhamos isso com nossos próprios olhos, sendo recebidos de forma hostil no local. Após a visita da CPI, a justiça determinou a reintegração de posse da Fazenda São Lukas, que pertence à prefeitura do município goiano. Avançamos muito, perigosamente, em direção a algo nunca visto antes em rede nacional e nem compartilhado largamente nas redes sociais. Desmascaramos uma farsa histórica e estamos fazendo história.
Deputado Federal Zucco (Republicanos-RS) – Presidente da CPI do MST