Ao contrário da maioria dos homens, eu gosto de ir a supermercado e shopping. Nos tempos agudos da pandemia, entre 2020 e 2021, na hora das compras do dia a dia, lá em casa a discussão era certa. Não abria mão do meu “direito adquirido”.
– Nem pensar! Vocês nunca querem ir ao súper, enfrentar as filas no sábado de noite ou gastar horrores na hora de chegar ao caixa! Vamos manter a tradição! – argumentava.
Na verdade, ir ao supermercado, no auge da covid-19, era a única saída permitida. De resto, é bom lembrar, quem ousasse colocar o nariz fora de casa era visto como marginal, um disseminador do vírus mortal.
No fim de semana fiz algumas poucas compras. Sem nada para fazer me pus a observar a infindável quantidade de opções para todas as mercadorias. De frutas e verduras a vinhos e espumantes existem alternativas para todos os gostos.
Um dos exemplos marcantes, por envolver uma compra cotidiana, diz respeito ao material de “limpeza pesada”. Para banheiros, cozinhas e locais muito sujos, o consumidor tem inúmeras “atrações” e com perfumes diferentes, como limão, jasmim, coco, “cheirinho de casa limpa” e outras novidades.
Um dos itens comprados no domingo foi pão fatiado para fazer sanduíches que levo para o lanche do trabalho. Numa pequena copa, apelidada de “cafofo”, emprego uma torradeira para devorar pão com salamito e queijo derretido logo no início da manhã. Gosto do pão com fatias mais grossas. Coisa de guloso. Contei – é verdade! – 32 tipos de pães diferentes em formato, ingredientes, peso e misturas das mais diversas. Foi difícil chegar ao veredito no final da compra.
Material de higiene pessoal, cervejas, queijos, biscoitos, café, xampus, creme dental, comida congelada, sorvetes, material de jardim/camping, pilhas, lâmpadas e biscoitos, isso para ficar nos mais prosaicos produtos, oferecem um sem-número de alternativas. Só muda o preço.
Mais recentemente, produtos sem glúten, veganos e vegetarianos, se somaram ao infindável mosaico de possibilidades que os supermercados oferecem. Nesta época, a dificuldade para escolher também exige destreza para driblar os milionários ovos de Páscoa que pendem do alto de estruturas abastecidas por demonstradoras. É preciso cuidado com a cabeça. E com o bolso.
Gilberto Jasper
Jornalista/[email protected]