As ações asiáticas interromperam uma sequência de perdas e encerraram a terça-feira em alta generalizada, mesma direção apontada pelos futuros de ações na Europa e em Wall Street, depois que um tom ligeiramente otimista em relação ao apetite por risco tomou conta dos mercados, à medida que as preocupações imediatas sobre a força do sistema financeiro global vão se dissipando.
Os contratos para o Euro Stoxx 50 subiram até 0,9%. Uma referência de ações asiáticas subiu cerca de 0,7% em meio a ganhos em Hong Kong, Coreia do Sul e Austrália. A maioria dos setores subiu na região, com o índice MSCI Asia Pacific Financials subindo 0,6% após cair para o menor nível desde novembro nesta segunda-feira.
Os futuros do S&P 500 subiram ligeiramente após um salto de 0,9% na segunda-feira no índice subjacente. Anteriormente, notícias de que as autoridades americanas estavam estudando maneiras de garantir temporariamente todos os depósitos bancários se a atual crise financeira se expandisse enviaram os contratos do S&P 500 e do Nasdaq para suas máximas intradiárias.
Os mercados também vão aumentando as expectativas de que o Federal Reserve possa adotar uma abordagem mais cautelosa quando decidir sobre as taxas de juros nesta quarta-feira. O rendimento do Tesouro dos EUA de dois anos, mais sensível à política monetária, terminou na segunda-feira 14 pontos-base acima e um pouco abaixo de 4%.
Os investidores estão monitorando de perto a reunião do Fed e aumentaram as apostas em um aumento de um quarto de ponto, já que a recente turbulência financeira estimulou a especulação sobre um ritmo mais lento de aperto dos principais bancos centrais em todo o mundo.
Apenas algumas semanas atrás, os investidores estavam apostando que o Fed aumentaria as taxas perto de 6% e que o Banco Central Europeu subiria mais de 4%. Agora, os mercados indicam que os ciclos de aperto estão quase no fim e apostam em vários cortes de juros nos EUA até o final do ano.
Os traders de swap atualmente veem a referência do Fed encerrando o ano em torno de 4% – um ponto percentual abaixo da estimativa realizada em dezembro do ano passado.
Por aqui, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), desistiu de integrar a comitiva oficial liderada por Lula à China, na próxima semana, como previsto anteriormente. Já o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), segue confirmado. O grupo também deve incluir ministros, parlamentares e empresários.
Apesar de a China ser o maior comprador de soja em grão do Brasil, chama a atenção que nenhuma entidade que representa os produtores deve integrar a comitiva de empresários. No agro, são mais de 100 os que devem acompanhar o presidente, a maior parte do setor de carnes.
A presença da Aprosoja, que apoiou Jair Bolsonaro na eleição de 2022, poderia ser um sinal de trégua dos produtores com Lula, mas até o momento não se confirmou.
Mercados em alta às 6h50 em Brasília: S&P500 sobe 0,43%, Dow Jones +0.33% e Nasdaq +0.12%. Já a Europa (STOXX600) sobe 1,47%.
🔴 NA CONTRAMÃO 🇧🇷: Ontem o Ibovespa fechou em queda de 1,04% aos 100.922 pontos, na contramão das bolsas americanas que subiram: Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq em alta, na sequência, 1,20%, 0,89% e 0,39%.
🔴 SINAIS IMPORTAM: Declarações do presidente Lula sobre a exclusão dos gastos com saúde e educação do novo arcabouço fiscal geraram bastante preocupação dos economistas. Além disso, importantes lideranças do Partido dos Trabalhadores se manifestaram na mesma direção ao longo do final de semana.
🔴 VALOR – Livros de economia ‘estão superados’, diz Lula ao criticar teto.
Presidente defende gastos com educação e saúde como ‘investimentos’ não sujeitos a novo arcabouço. http://glo.bo/3n9xaBF
🔴 RUÍDOS FAZEM PREÇO: As taxas curtas subiram após o Focus mais uma vez mostrar alta das expectativas de inflação, indicando que o Banco Central pode ter que ser mais duro na condução da política monetária. A taxa de juros de 10 anos fechou em 13,22%, enquanto a NTN-B longa estava pagando inflação + 6,35%.
🟢 *COPOM E ARCABOUÇO FISCAL: Hoje é o primeiro dia de reuniões do COPOM, que anunciará amanhã sua decisão sobre a taxa de juros. Ontem, o ministro Fernando Haddad apresentou as linhas gerais do arcabouço fiscal para Rodrigo Pacheco, Arthur Lira e líderes do PT na Câmara e no Senado. Segundo O Globo, haverá um gatilho para cortes de despesas caso a dívida pública atinja determinado patamar (http://bit.ly/3yUmTvS). *
⚠️ A DECISÃO DO FED 🇺🇸: Amanhã o FOMC tomará sua decisão de política monetária. O mercado atribui 83% de chance da autoridade monetária aumentar a taxa básica de juros dos EUA em 25 bps, segundo o CME Group.
⚠️ O ALÍVIO DA SUÍÇA: A compra do Credit Suisse pelo UBS arrefeceu parcialmente o receio dos investidores com o sistema bancário nos EUA e na Europa, dando folego às bolsas americanas.
⚠️ CRÉDITO CONSIGNADO: E no imbróglio gerado pelo teto de juros no consignado no Brasil, o governo sinaliza um recuo para meio termo de até 2% (https://bit.ly/40pdyrm).
🟢 CASO AMERICANAS: No noticiário corporativo, a Americanas apresentou ontem sua proposta de reestruturação com capitalização de R$ 10 bi e deságios de até 80% aos credores (http://glo.bo/3yS1tiH), que disseram não ver avanço (http://glo.bo/42tas7t).
O noticiário hoje, nos grandes jornais, está fortemente concentrado em questões econômicas. No BC, haverá a reunião do Copom; o BNDES realiza Seminário de dois dias sobre desenvolvimento e questões fiscais, com presença do Nobel de Economia Joseph Stiglitz; e a Fazenda segue debatendo as propostas, ainda não divulgadas para criar uma âncora fiscal, em substituição ao finado Teto de Gastos.
Nossa equipe tomou uns goles ontem, prejudicando o horário de atendimento aos assinantes hoje.
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Manchete do Estadão
Seminário de Mercadante ataca juro do BC na véspera do Copom
Motivo original do evento era discussão sobre regras fiscais.
Manchete do Globo
Anos quentes de hoje serão ‘frescos’ para nova geração, alerta ONU
Planeta não deve conseguir cumprir meta de frear em 1,5⁰ o aquecimento no século XIX.
informações do relatório divulgado pelo painel de cientistas do clima da ONU (IPCC). (Globo)
Manchete da Folha
Ministro Paulo Pimenta omite casa da Justiça Eleitoral
Titular da Secom sob Lula diz que bem está em declaração de renda de cônjuge.
Mais Médicos terá de fixar profissionais e especialistas, diz ministra da Saúde
Segundo ela, Farmácia Popular terá foco em pagamento direto do governo federal.
Entrevista de Nísia Trindade. (Estadão)
Ministro de Lula inclui em comitiva para a China irmãos delatores da J&F
Um total de 102 representantes do setor privado viajaram ontem com Carlos Fávaro, titular da Agricultura; entre eles estão Joesley e Wesley Batista, que fizeram delação.
Fávaro realiza missão precursora à visita de Lula, que vai encontrar com Xi Jinping no dia 28. (Estadão)
PF volta a prender Alberto Youssef, pivô da Lava Jato
Alvo de uma representação da Receita, foi preso em Itapoá, litoral de SC. (Estadão)
Gatilho para conter gastos
Proposta prevê que, se dívida disparar, haverá limite para despesas, como salário de servidor.
Ontem, Haddad conversou com os presidentes da Câmara e do Senado e com líderes do Congresso. (Globo)
BC pode deixar ‘porta aberta’ para corte de juro adiante
Para analistas, apresentação da regra fiscal não mudaria rumo da decisão desta semana, mas abre espaço para redução neste ano. (Globo)
Seminário do BNDES vira trincheira contra atual Selic
Marcado para a mesma semana em que o Copom se reúne, evento tem críticas ao BC e aos juros, classificados como uma ‘pena de morte’.
A frase sobre pena de morte é do economista Joseph Stiglitz, prêmio Nobel em 2001 e professor da Universidade de Columbia (EUA).
A programação do seminário prossegue hoje e Fernando Haddad fará o encerramento. (Estadão)
Mercadante afirma que será ‘leal’ a Haddad, mas ‘dirá o que pensa’
‘Não nos peçam para deixar de dizer o que pensamos e ajudar o governo a acertar’, disse o presidente do BNDES em evento.
O presidente do banco de desenvolvimento afirmou que é preciso ‘reagir’ diante da desaceleração econômica. (Estadão)
Na véspera do Copom sobem projeções de inflação
Diferentemente do que diz o título do Estadão, o Boletim Focus, produzido com dados do mercado financeiro projeta inflação estável para 2023. Mas projeta aumentos para os próximos anos. (Estadão)
=> Nossa equipe nada entende de inflação e macroeconomia, mas sabe que esse boletim Focus contém grandes doses de imprecisão e, por vezes, de ‘chutes’.
Os juros entre dois polos
BC decide juros sem ver mudanças na conjuntura, críticos atacam juros sem apontar medidas para equilíbrio fiscal.
Coluna de Miriam Leitão, no Globo.
Alckmin diz acreditar em ‘bom senso’ de que haverá corte de juro
Evento do BNDES se torna palco para pressão pela queda da Selic. Presidente da Fiesp afirma que patamar é pornográfico.
Lara Resende disse que a combinação de juros e impostos altos é “profundamente recessiva e impede o crescimento”. (Globo)
‘Brasil sobreviveu a uma pena de morte’, dia Stiglitz
Prêmio Nobel de Economia avalia que alta taxa de juros freou o crescimento do país, é contraproducente e exacerba a inflação. (Globo)
Haddad avalia lançar normas para PPPs com a nova regra fiscal
Ministro, que se reuniu com a cúpula do Congresso, diz que faltam detalhes para anúncio. (Folha)
Lula diz que livros de economia estão superados e defende nova mentalidade sobre governar
A declaração ocorreu durante relançamento do programa Mais Médicos, no Planalto. (Folha)
Oposição perde batalha contra Previdência de Macron por 9 votos
Na França, Assembleia rejeita moções que poderiam derrubar primeira-ministra e reverter medida impopular. (Folha)
Brasil desaba em ranking da felicidade; Finlândia mantém liderança
O ranking é publicado anualmente pela ONU. O Brasil caiu 11 posições no ranking 2023. (Folha)
Dias nem tão frescos assim
Para ONU, é provável o descumprimento da meta de conter subida da temperatura a 1,5⁰C até 2100. (Globo)
Brasil tem 6.000 quilombos, mas os trata como invisíveis
Comunidades disputam direito à terra e sofrem com resquícios do período colonial.
Matéria produzida a partir do trabalho da historiadora Ana Paula Cruz, nascida em comunidade quilombola, na Bahia. (Folha)
Colunas de notas políticas:
Painel da Folha;
Coluna do Estadão.
