Descoberta em novembro de 2022, o buraco no meio das rochas, popularmente chamada de ‘Toca do Tigre’, vem sendo objeto de estudos e descobertas paleontológicas.
Preocupados com a preservação do local, a Almadén buscou uma consultoria geológica, que confirmou ser um abrigo subterrâneo escavado por animais pré-históricos extintos. O geólogo Serlecio Guilherme Pinz, após estudo paleontológico e geoestratigráfico, identificou vestígios de prováveis marcas na parede feitas por animais que viveram entre o Pampa Gaúcho e a Patagônia, como a preguiça-gigante (Lestodon ou Glossotherium) e o tatu-gigante (Pampatherium), que pesavam centenas de quilos.
Localizada há sete quilômetros da sede da vinícola, a paleontoca será parada obrigatória no Roteiro Expedição Lendária que a Almadén lançará em breve.
De acordo com o diretor superintendente da MWG, Adriano Miolo, a visita até a Toca vem sendo estruturada pensando na continuidade da preservação do local. “Tudo está sendo cuidadosamente estruturado para que a preservação do local seja assegurada. Serão 5 horas de um safari pelo mundo do vinho e pela história da civilização do local, contemplando todos pontos do Complexo Enoturístico Almadén. Assim, a Almadén passa a compor um trio de experiências, premiando o turista, ávido por novas descobertas”, explicou Adriano, salientando que toda experiência estará alinhada à política de preservação do ambiente natural e sua história.
“A paleontologia é um mundo novo para nós. Somos conhecedores da cultura do vinho e sempre harmonizamos as histórias e características de cada ambiente com as experiências que oferecemos. É com o enoturismo que aportamos nosso respeito e valorização a cada terroir. Desta forma, levamos o nosso público a conhecer este universo tão particular, único em cada lugar onde operamos”, destaca. “Respeitamos a natureza em sua integralidade. Nada faremos que esteja fora dos padrões e políticas de respeito e preservação. A nossa ‘Toca do Tigre’ está em nossa propriedade, mas é um patrimônio da comunidade. Nosso compromisso é garantir sua preservação, mas também oportunizar aos nossos visitantes o acesso ao local, para que possam ver as marcas dos animais pré-históricos, a formação geológica e a própria história”, reforça.
A entrada da toca possui 2,60 metros de altura, que diminui ao longo de sua profundidade, por 1,40 metro de largura, com uma extensão de 33 metros.
A paleontoca ainda deve ser registrada no Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio/Cecav).
Apesar de não ser visitada, a ‘Toca do Tigre’ deu nome ao vinhedo onde são cultivadas as uvas que dão origem ao Miolo Single Vineyard Riesling Johannisberg, um dos rótulos que compõem a Linha Miolo Single Vineyard – vinhos que nascem da terra e brotam de vinhedos únicos.
História da Almadén
A Vinícola Almadén nasceu na Califórnia, nos Estados Unidos, em 1852, mas suas raízes no Brasil estão cada vez mais profundas. São 50 anos em solo brasileiro, desde sua fundação em 1973, sendo 14 deles como uma das unidades da Miolo Wine Group, que aposta no terroir da Campanha Central. Nessa última década, a marca passou por uma grande transformação, reformulando produtos e modernizando embalagens. Dos 1.200 hectares da propriedade, 450 têm vinhedos próprios em espaldeira. São 25 castas, de onde surgem 13 vinhos (sete tintos, cinco brancos e um rosé). Também são de lá o Single Vineyard Cabernet Franc e o Single Vineyard Riesling Johannisberg, ambos com IP Campanha Gaúcha, e o Miolo Vinhas Velhas Tannat, ícone da unidade.
Pioneira na tecnologia de aço inox e controle de temperatura na fermentação, com uma capacidade total de estocagem de 8,5 milhões de litros, a Almadén tem mapeado todos os seus vinhedos. São 138 parcelas, das quais 111 estão em produção. A vinícola foi a primeira da América Latina a introduzir a prensagem pneumática contínua. Este pioneirismo foi seguido pela Miolo Wine Group ao implantar a primeira colheita mecânica no Brasil em 2011.
Com 100 dias de sol no Verão, a região já era considerada uma das melhores do mundo para a vitivinicultura ainda em 1973, quando a Almadén investiu no local, sendo a primeira vinícola a se instalar em Santana do Livramento. Com o mesmo entendimento e acreditando no potencial do terroir, a Miolo não apenas deu continuidade como também apostou no projeto que veio completar o grupo, unindo-se às unidades do Vale dos Vinhedos (Miolo), de Candiota (Seival) e do Vale do São Francisco (Terranova).
De 2009 para cá, grandes investimentos foram feitos na renovação e manejo dos vinhedos. Anualmente, durante a safra de pouco mais de dois meses, são produzidos aproximadamente 6 milhões de quilos de uvas, uma operação que envolve mais de 400 pessoas. Além de variedades mais conhecidas como as tintas Cabernet Sauvignon e Merlot e as brancas Chardonnay e Sauvignon Blanc, a Almadén mantém um amplo trabalho de pesquisa com o terroir que tem permitido cultivar 25 diferentes castas, apostando em uvas menos conhecidas como as tintas Alicante Bouschet, Marselan e Tempranillo e as brancas Sémillon e French Colombard, por exemplo.
A trajetória da Vinícola Almadén no Brasil, em Santana do Livramento, está intimamente ligada a história da vitivinicultura brasileira. Há 50 anos em solo brasileiro, a marca é pioneira no uso da tecnologia de aço inox e controle de temperatura na fermentação com 100% de seus vinhedos mapeados, sendo a primeira vinícola do país a introduzir a prensagem pneumática contínua e a colheita mecânica.
Toda essa expertise, conduzida pela Miolo Wine Group (MWG) desde 2009, é rotina para o time da vinícola, instalada numa região de muitas lendas e forte cultura gaúcha. A propriedade de 1.200 hectares, onde 450 são destinados ao cultivo de vinhedos e o restante de área de preservação (mata nativa intocada), acaba de ganhar uma nova atração, uma paleontoca pré-histórica.