A prefeita Ana Tarouco (PL) anunciou, em coletiva de emergência, neste sábado (03) que estava requisitando o serviço da Cardio Nefroclínica. A instituição realiza o procedimento de hemodiálise em um prédio anexo ao hospital Santa Casa de Misericórdia.
A decisão administrativa da prefeita foi tornada pública em um decreto. No documento, a Prefeitura relata que, no mês de outubro, a clínica se negou a prestar atendimento a novos pacientes crônicos SUS, o que ocasionou na ocupação de leitos de UTI da Santa Casa de Misericórdia para que os pacientes pudessem fazer hemodiálise.

Além disso, o documento relata que não foi possível ter acesso à clínica para a transição do serviço o que, segundo o médico João José Freitas, trata-se de uma “mentira”. “Nós fizemos várias reuniões para transferir o serviço para o hospital. O hospital não assumiu porque não teve capacidade de assumir”, afirmou Freitas.
A prefeita requisitou todos os bens, funcionários e serviços prestados pela Cardio Nefroclínica, inclusive o CNPJ para faturamento, aquisição de insumos, pagamento de pessoal para o prosseguimento do serviço de hemodiálise e habilitação. O documento é valido por 180 dias, podendo ser prorrogável.
TRABALHADORES
Após a manifestação da prefeita, todos os olhos se voltaram para a Cardio Nefroclínia. No local, o até então responsável técnico pelo serviço, o médico João José Freitas, foi impedido de ingressar no local. Freitas afirmou que foi agredido na entrada do estabelecimento, o que foi negado pelas pessoas que estavam na portaria. Mesmo assim, a Brigada Militar foi acionada e um boletim de ocorrência foi confeccionado.
“Eu fui chamado pela minha equipe porque estava um grupo de pessoas aqui, de guardas, interditando a clínica. Nós viemos aqui para ver o que estava acontecendo, eu fui surpreendido porque não me deixaram entrar e eu fui agredido”, contou.


Enquanto isso, os trabalhadores que estavam na clínica começaram a repercutir as mudanças, ainda sem saber o que aconteceria com o vínculo que eles tinham com a empresa. Logo depois que os últimos pacientes que estavam em hemodiálise saíram, a prefeita Ana Tarouco foi até o local e conduziu uma reunião com o profissionais. Essa reunião foi acompanhada pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Estabelecimentos de Saúde (SindiSaúde), Silvio Madruga.
A imprensa não foi autorizada a acompanhar, mas segundo os relatos, a prefeita explicou que contava com todos os profissionais para manter o serviço na segunda-feira (05).
O presidente do SindiSaúde, afirmou que explicou aos trabalhadores do que se tratava a requisição e que alguns profissionais ainda não sabem o que vão fazer. “Uns estão bravos, outros dizem que não vão comparecer. A direção do hospital, junto com o Sindicato disseram que vai seguir tudo normal para os trabalhadores”, afirmou.
PREFEITA GARANTE CONTINUIDADE DOS SERVIÇOS
“Segunda-feira é vida normal. O que mudou na questão da administração da Cardio Nefroclínica, por ora, é a direção. A parte administrativa que não implica diretamente no dia a dia do paciente, mas infelizmente uma meia dúzia que não são seis acabam fazendo uma narrativa mentirosa e indo para um lado pessoal que é desnecessário”, afirmou Ana.
E complementou: “É incontestável a qualidade do serviço que é prestado (pela Cardio Nedfroclínica), mas verdade é que nós não podemos simplesmente negar alguns fatos que são inegáveis: o não atendimento de pacientes, a questão da negativa do acesso que é da Santa Casa”.

