qui, 4 de setembro de 2025

Variedades Digital | 30 e 31.08.25

Missivas saudosas em tempos modernos…

Buenas!

Ele tirou um envelope branco com todo o cuidado de sua mochila, como se de uma relíquia tratasse. Dele sacou uma foto impressa em que pude ver um casal em um cenário bucólico e um papel cuidadosamente dobrado em três partes. Desdobrou e começou a ler aquele manuscrito em letra cursiva, de uma beleza rara e, ao mesmo tempo, singela. Súbito, o rapaz que aparentava pouco mais de vinte anos, começou a chorar desbragadamente…

Amigos leitores com um pingo de sensibilidade, hão de concordar que a imagem é belíssima. Poderia muito bem ser o parágrafo de introdução de um conto ou um de romance romântico, daqueles tão comuns no séc. XIX e que ainda hoje fazem sucesso junto a leitores sensíveis mundo afora. Porém, tal cena nostálgica não aconteceu em uma bucólica biblioteca ou junto a uma parnasiana relva silvestre, afinal, o rapaz estava sentado ao meu lado em um avião.

Viajava a trabalho, concentrado na leitura de um livro um tanto denso, quando a movimentação dele chamou minha atenção. Jogue a primeira pedra aquele que nunca monitorou de canto de olho os vizinhos de poltrona em um voo…

Tentei manter-me atento ao livro, mas era tentação demais. Não via uma carta manuscrita há décadas e foto impressa há milênios! Mantive a discrição, olhando de canto de olho, o que me impediu de ler, ainda mais à distância. A vista já não é mais a mesma, mesmo usando óculos. Ainda assim, vi que a letra deveria ser de uma menina.

Não me acuse de sexista, afoito leitor, pois fala aqui alguém que adora escrever em papel com caneta tinteiro antes de digitar. Apesar da minha letra não ser nada atraente, algumas vezes até ilegível, insisto no trabalho manual, faz bem para a reflexão. Além da letra atraente, tenho como referencial a foto em suas mãos, que, inclusive, merece uma descrição.

Nela, nenhum dos dois faz uma selfie ou biquinhos para as lentes, pelo contrário. A moça e o rapaz parecem flagrados ao acaso, ambos de cabelos compridos, como que brincando sobre um píer, ao fundo um lago, um momento de leveza raptado pela lente da câmera; estão de mãos enlaçadas, como que em movimento, enquanto libertam um sorriso venturoso…

Eu cá de meu assento, fiquei a conjecturar, afinal, para isso que sou pago – digo, respiro, desculpem a pretensão, foi mais forte do que eu. Em suma, por que aquele rapaz carregava consigo uma foto e uma carta que não fora impressa, mas sim, manuscrita por mãos humanas? A maior parte da sua geração não conviveu com isso, vive no mundo digital até o tutano.

Claro que sei que alguns fogem do padrão, evitam agir como a maioria. Porém, vestindo um moletom e tênis de skatista, seu perfil não combinava com seu cabelo comprido e desgrenhado, tal qual um Dartagnan de Dumas pai. Um herói distante de sua espada e tendo como corcel um assento de avião comercial.

Se isso não fosse o suficiente para alertar minha curiosidade, ele soluçava lágrimas em profusão, apesar das vãs tentativas para contê-las. Seu esforço para reprimir suas lágrimas não foram o suficiente, tanto que impressionou o seu colega de fileira, no caso eu.

Seriam elas saudosas lembranças de uma amada que visitara em um final de semana venturoso? Ou, mais dramático ainda, poderiam ser lágrimas de quem lê palavras de despedida, como alguém que deixou para trás um amor platônico, tal qual um jovem Werther que deixaria orgulhoso um moderno Goethe em sua produção narrativa.

Nunca saberei, não quis ser invasivo em demasia, ir além de um olhar furtivo. Pousei em meu destino, com a lembrança daquele momento decalcada em minha memória, com a recordação de que ainda há jovens que cultivam a arte de sentar palavras em papéis brancos, que se preocupam em fazê-lo com uma letra que denota capricho e carinho, não só com a pessoa que irá ler, mas também com o papel em que depositam seus íntimos pensamentos.

Mais feliz ainda por saber que há homens que permitem que sua sensibilidade possa aflorar, ignorando a vergonha de o verem verter lágrimas saudosas, lágrimas de um amor incontido, tão singelo quanto uma foto impressa ou uma carta manuscrita com letra cursiva…


 

 

 

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