ter, 16 de abril de 2024

Aplateia Digital | 13 e 14.04.23

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Médicos pedem demissão e crise na Santa Casa aumenta a tensão na saúde

Já anunciada há meses, situação financeira enfrentada pelo hospital mobiliza trabalhadores que estão com salários atrasados
(Foto: Macelo Pinto/AP)
Diretor do Simers, Luiz Alberto Grossi (Foto: Divulgação)

O anúncio do pedido de demissão de parte do corpo de médicos da Santa Casa de Misericórdia de Sant’Ana do Livramento causou ainda mais preocupação à comunidade santanense. O anúncio foi feito pelo representante do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Luiz Alberto Grossi, que alega falta de pagamento de dívidas da Santa Casa ao corpo médico remanescente dos últimos três anos.
Médicos de diversas especialidades estão assinando o pedido de demissão. Grossi afirma que o Sindicato tentou estabelecer diversos contatos junto à Direção da Santa Casa e com a Prefeitura Municipal, mas teve o que chamou de “pouca receptividade, sempre alegando falta de dinheiro”. “O problema é de gestão. Um hospital para viabilizar seu funcionamento adequado, deve ter 60% dos atendimentos pelo SUS e 40% por convênios particulares. Esta é a equação correta para que o hospital tenha um equilíbrio financeiro”. Em assembleia, os médicos definiram por unanimidade a suspensão dos atendimentos eletivos, a redução de baixas hospitalares e anunciaram suas demissões em massa, respeitando o aviso prévio de 30 dias.

CONTRAPONTO

A diretora administrativa do hospital, Leda Marisa da Silva, manifestou preocupação acerca do anúncio. Ela alega que a Santa Casa é “subfinanciada”, o que segundo ela, “mantém um ciclo de falta de recursos na administração e na distribuição desses recursos, incluindo os pagamentos em débito com fornecedores e prestadores de serviço”. Leda, que já vinha anunciando que a situação financeira do hospital acompanhava o quadro geral de hospitais filantrópicos do Rio Grande do Sul, confirmou a informação sobre o aviso prévio de saída de mais de 18 médicos de diferentes áreas do corpo clínico, que atualmente é composto por 65 profissionais, mas garantiu que as tratativas de negociação serão mantidas e ampliadas com a categoria.
Ela defende a ampliação no investimento da Santa Casa e na manutenção da oferta de serviços gratuitos, sem que sejam necessárias ações extremas, como a suspensão de pagamentos de prestadores de serviços, como os de médicos. “Eu sou uma defensora do SUS, mas o SUS precisa ser devida e efetivamente financiado. A Santa Casa não possui previsão de lucro, mas ela não pode se endividar para manter um serviço que é obrigação do Estado”.

MEDICAMENTOS INFLACIONADOS 

Além da situação dos recursos médicos, a inflação nos medicamentos vem aumentando. Um exemplo é o medicamento usado no tratamento de infarto agudo do miocárdio, que antes custava R$ 2.299,88 cada ampola. Devido a falta do medicamento no mercado, o valor subiu para R$ 3.400,00 a ampola.
Para completar a situação, a remuneração ainda está diminuindo. Em casos de pacientes internados por Covid-19, por exemplo, antes era pago R$ 1.500,00 por dia de internação. A partir do mês de junho, a remuneração passou para R$ 157,99. Atualmente, a Santa Casa tem um paciente internado na UTI com Covid desde o dia 18 de junho. O valor pago é insuficiente para os medicamentos.

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