qui, 28 de março de 2024

Aplateia Digital | 23 e 24.03.24

Última Edição

Voltar à realidade não é fácil…

Santa Maria Del Fiore e um vinho...

Buenas!

 

            Já que falei do prazer das viagens retomarem sua rotina, mesmo que os passeios recomendem, ainda, alguma adaptação para encararmos essa tentativa de rotina que é ansiada por onze em cada dez pessoas, vou tratar do assunto um pouco mais, porém, do ângulo da rotina e suas agruras…

Passaram-se pouco mais de dois anos desde a última viagem longa e, a impressão que tenho, é que a sensação é que fazia duas décadas desde a última, será isso uma prova da passagem do tempo, que a pessoa está sofrendo um processo irreversível de envelhecimento?

Custa-me aceitar tal premissa, porém, o cansaço e o desgaste diário querem me fazer aceitar tal sentença. Até o tal de jet lag me afetou pela primeira vez. Também tive que consultar o google para saber que isto significa dificuldade para se adaptar a mudanças bruscas de fuso horário, no meu caso, 5 horas! Já passei por mudanças destas anteriormente, mas, desta vez, me derrubou por dois dias…

Mas, viajar, passear, aprender coisas novas, isso não é um problema, apesar de não ter mais a energia de outrora, como visto acima. O grande dilema, isto sim, é voltar à realidade, o maior desafio.

Desembarcar e ver que seu carro está na reserva é coisa que pode acontecer, há postos de gasolina em todos os lugares em uma capital. O drama surge quando você olha os totens com os preços e vê valores que não estavam ali há duas semanas: o que aconteceu para subir tanto? A pandemia recrudesceu, a guerra na Ucrânia está em banho-maria desde antes do meu embarque. Ou seja, não há nada novo que justifique, mesmo assim, os preços estão nas alturas, como os  aviões russos sobre o Cáucaso. O que justifica isso? Nem os frentistas, muito menos os jornalistas conseguem me explicar…

O segundo lugar que devemos frequentar é o supermercado. Ainda bem que cheguei benzido, de tanta igreja gótica e renascentista que visitei. Também após gastar em euro por duas semanas, nada poderia me surpreender. Vã ilusão… Uma regra que ouvi desde a primeira viagem internacional, é que quem converte não se diverte. Contudo, sentia-me como se continuasse pagando em moeda estrangeira, tal o valor de tudo, do feijão à carne, do alface ao pão, alimentando o famigerado dragão da inflação. Se fazer rima desse desconto, faria versos decassilábicos em redondilha maior diariamente!

A outra coisa que faço é buscar explicações nos noticiosos, e leio nos jornais que a inflação de março foi a maior de desde 1994. Dá para acreditar nisso? Voltamos aos patamares anteriores ao plano Real, que nos salvou de décadas de preços subindo diariamente, da famigerada inflação, que galopa triunfante, sem nenhum guerreiro disposto a combatê-la.

Sim, eu sei que isso não é prerrogativa nossa, mas me expliquem porquê estamos na liderança mundial deste ranking tenebroso que assola o mundo? A inflação brasileira em 2021, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acabou sendo a terceira mais alta entre as principais economias do mundo, ficando apenas atrás da Argentina e da Turquia. Não tá fácil viver hoje em dia, mas ser brasileiro, tá mais difícil ainda!

E a situação vai piorar. Temos eleições em pouco mais de seis meses por aqui. Na França, no último final de semana, eles passaram pelo processo e escaparam de mais uma tentativa da extrema direita de tomar o poder, reelegendo o presidente Macron. Apesar de muitas críticas e protestos de algumas áreas do país do croissant, a maioria do país entendeu que a estabilidade habilitou Macron a se reeleger. Isso que no governo dele Notre-Dame pegou fogo, teve uma pandemia e agora uma guerra na vizinhança. Não tá fácil tomar um café às margens do Sena…

Faltam menos de seis meses para decidirmos quem serão nossos legisladores e governantes estaduais e – tremei, eleitores – presidente. Faltando todo este tempo para apertarmos os botões da maquininha e ouvir o clássico barulho do voto digital, vemos uma guerra diária de notícias verídicas que não queremos acreditar e falsidades lançadas pelas redes virtuais, imaginem o que nos espera quando a campanha for liberada, lá por agosto. Estou até com medo de me conectar às redes, vai que pegue um vírus de verdade…

Soube também que um político em Brasília foi condenado por incitação à violência, algo louvável. Porém, por decisão magnânima presidencial, ele foi perdoado, como uma madre Teresa de Calcutá por serviços prestados ao governo atual. Se isso não fosse suficiente, ganhou cargos dos seus pares em comissões de Justiça por ter, pasmem, desrespeitado uma ordem judicial. Vai entender o que acontece nos corredores daquele prédio do Niemeyer, que deve estar se revirando na tumba…

Para completar, a eterna tentativa de imitar os americanos fez com que o acesso às armas fosse facilitado no Brasil. O que leio nas manchetes de minha cidade: duas chacinas familiares, similares àquelas que via nos noticiários norte-americanos. Estamos nos aproximando do primeiro mundo, hein.

Do jeito que está, quero voltar a circular por ruas europeias, com o celular na mão, tranquilo, despreocupado, andar de transporte público limpo, confiável, barato e que circula em trilhos, extintos aqui por decisões políticas controversas…

Só tenho de dar um jeito de transformar reais em euros. Já teve gente que transformou água em vinho, quem sabe…

Presidente Marco Peixoto participa da assembleia da Amvarp e Cisvale

  O presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS), conselheiro Marco Peixoto, participou, na manhã desta quarta-feira (27), da assembleia que definiu as novas diretorias da Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp) e do Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale). O evento ocorreu no Hotel Águas Claras, em Santa Cruz do Sul.