seg, 15 de setembro de 2025

Variedades Digital | 13 e 14.09.25

Empresários resistem a qualquer reajuste para Salário Mínimo Regional. Trabalhadores querem uma definição rápida do índice para 2022.

Acabou sem acordo a segunda reunião da Mesa de Negociações sobre o Salário Mínimo Regional da Assembleia Legislativa. Apesar de todos elogiarem o avanço que significou a instalação do espaço de diálogo, empresários e trabalhadores mantém divergências importantes sobre o tema. Já o governo insiste que é preciso construir uma saída de consenso. O deputado Luiz Fernando Mainardi (PT), que sugeriu a instalação da Mesa de Negociação e coordenou a reunião em nome do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Valdeci Oliveira, disse que é normal que a negociação seja lenta. “Acho que o encontro foi produtivo. Não chegamos a um ponto comum, mas todos elogiaram o diálogo e ninguém colocou na mesa a extinção do Piso Salarial Regional. Já vejo um avanço”, destacou.

O encontro contou com representações de trabalhadores (CTB, CUT, FETAR, Força Sindical, CONLUTAS, Intersindical e Central dos Servidores), empresários (FECOMÉRCIO, FEDERASUL E FIERGS), e do Executivo, que estava representado pelo secretário do Trabalho, Emprego e Renda, Ronaldo Nogueira. Participou também, a presidente do Conselho Estadual do Trabalho, Emprego e Renda, Maria Helena Oliveira e o coordenador técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE).

Empresário defendem reajuste zero

O diretor da FIERGS, Guilherme Scozziero Neto, e o vice-presidente da Federasul, Rafael Sittoni, em nome das federações empresariais, sustentaram que não é o momento para qualquer reajuste do Salário Mínimo Regional. Para eles, o salário gaúcho já está historicamente valorizado. “Não temos aversão ao reajuste, mas temos divergência sobre a oportunidade. Estamos superando a pandemia e vivendo uma possível retomada, mas os índices de confiança dos empresários voltaram a cair”, explicou Scozziero. “A inflação impacta a todos e corrói a geração de riqueza. E o salário mínimo regional tem, historicamente, um acúmulo de aumento real”, reforçou Sittoni. Os representantes empresariais argumentaram, também, que houve um reajuste recente, o que torna desnecessário uma nova reposição neste momento.

Os trabalhadores, representados por várias Centrais Sindicais e a FETAR, sustentam uma visão oposta. Para eles, é urgente uma reposição que garanta pelo menos a recuperação das perdas com a inflação. As Centrais Sindicais já haviam apresentado uma pauta de reivindicações, cujo principal ponto é o reajuste de 15,58%, o que equivale à inflação de 2019, que não foi recuperada no ano passado, somada a de 2021. “O que obtivemos o ano passado foi uma reposição parcial de inflação passada. Recebemos o reajuste em dezembro, mas deveria ter sido em fevereiro. Ficamos 11 meses no prejuízo”, sustenta o representante da Conlutas, Taciel da Silva. “Estamos correndo atrás da inflação, que chegou a 10,8% em 2021. É uma situação difícil para os trabalhadores”, complementou Amarildo Cenci, presidente da CUT. “O salário mínimo regional é um mecanismo que protege quem mais precisa e não têm força suficiente para reajustar seus salários em negociações coletivas. Por isso, ele é importante. ”, explicou Guiomar Vidor, presidente da CTB.

Mainardi vai procurar novo governador

O representante do Executivo, secretário do Trabalho, Emprego e Renda, Ronaldo Nogueira, disse que o governo aposta em uma construção de consenso no âmbito das negociações. Segundo ele, o Conselho do Trabalho, Emprego e Renda é o fórum adequando para a decisão sobre o tema. Para o secretário, entretanto, que está de saída do governo, será necessário que se consolide a transição no Executivo para que se dê um encaminhamento concreto sobre o tema.

Para o deputado Mainardi não se pode repetir a mesma situação do ano passado, quando o projeto de Lei do reajuste só ingressou na Assembleia em julho. “A inflação de 2021 foi alta e se mantém acelerada. Cada mês sem reajuste significa em média R$ 200 reais perdidos pelo trabalhador”, alerta. O deputado considera indecorosa a ideia das federações empresariais de reajuste zero. “Esperávamos um sinal positivo. Evidente que numa mesa é preciso ter flexibilidade, mas a visão dos empresários é extremista. Não se pode negar a reposição da inflação em um contexto que teve um aumento de mais de 20% no setor de alimentos”, defende. Mainardi pretende pedir uma audiência com o novo governador para tratar do tema. “Espero que o governador Ranolfo seja mais sensível. Todos sabemos que a renda do trabalhador é um elemento fundamental para o desenvolvimento do Estado”, conclui.

Um novo encontro da Mesa de Negociações ficou marcado para o dia 13 de abril, uma quarta-feira, às 10h, na sala da presidência da Assembleia Legislativa.

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Programação Especial em Homenagem ao Mês Tradicionalista

Jornalista/gilbertojasper@gmail.com

Por Gilberto Jasper: MUDANÇA DE HÁBITOS

Jornalista/[email protected] Frequento o Litoral norte do Rio Grande do Sul desde a mais tenra idade. Meu avô, Bruno Kirst, tinha uma grande casa de madeira na praia de Tramandaí, outrora conhecida como “A Capital das Praias”. Era uma época heróica perto das facilidades de hoje. O imóvel – casarão de madeira com muitos quartos – ficava perto das dunas, paisagem