seg, 15 de setembro de 2025

Variedades Digital | 13 e 14.09.25

PACIÊNCIA E PARCERIA

“Como seria o mundo se os jovens soubessem e os mais velhos pudessem?”. Não conhecia esta frase que ouvi pela primeira vez domingo num programa esportivo de tevê que tratava de experiência e do surgimento de novos talentos. Meu pai – de quem herdei o nome, a teimosia e determinação pelo trabalho – costuma vaticinar em voz alta: – Gostaria de voltar ao mundo sabendo tudo que aprendi ao longo da minha primeira passagem terrena. Mas pensando bem que graça teria a vida se soubéssemos tudo antecipadamente? E o friozinho na barriga? – costuma repetir seguido de uma sonora risada. Pois o velho Giba morreu precocemente, fulminado por um infarto quando voltava de uma pescaria em Tramandaí com a minha mãe. Tinha 52 anos, vivia cheio de planos para a aposentadoria para trabalhar na terra, criar suínos, conhecer o Brasil, fugir do frio do nosso inverno. Sábado participei da confraternização de 30 anos de Santa Clara do Sul, município da do Vale do Taquari, minha terra natal. O evento se destacou pelas homenagens àqueles que trabalharam pela emancipação e de outros que protagonizaram iniciativas de desenvolvimento, geração de emprego e oportunidades. Fiz questão de cumprimentar o prefeito pelo reconhecimento que, em alguns casos, foi recebido por herdeiros ou viúvas. Entre tantas consequências nefastas, a velocidade imposta pela tecnologia por vezes impede a retrospectiva sobre avanços e melhorias, sonegando o mérito a quem merece. A isso se soma o menosprezo com tudo que é “velho”. No caso das pessoas são indivíduos com mais de 40 anos, sinônimo de ultrapassado, obsoleto, superado e incapaz de absorver os avanços. “O equilíbrio está sempre no meio, jamais nos extremos” era outro ensinamento do meu pai, no que estava coberto de razão. Tenho o privilégio de trabalhar e conviver com um grupo de jovens estagiários. São estudantes dedicados, acessíveis, amigáveis no cotidiano. Não são refratários às histórias de profissão que costumo contar durante o expediente para mostrar as mais diversas facetas da vida e do jornalismo. Sem a competência da gurizada o conteúdo que produzo seria em vão. Sim, o mundo certamente seria um lugar muito melhor de viver se jovens e veteranos tivessem paciência, generosidade e integração.

Gilberto Jasper Jornalista/[email protected]

Vibe Local

Programação Especial em Homenagem ao Mês Tradicionalista

Jornalista/gilbertojasper@gmail.com

Por Gilberto Jasper: MUDANÇA DE HÁBITOS

Jornalista/[email protected] Frequento o Litoral norte do Rio Grande do Sul desde a mais tenra idade. Meu avô, Bruno Kirst, tinha uma grande casa de madeira na praia de Tramandaí, outrora conhecida como “A Capital das Praias”. Era uma época heróica perto das facilidades de hoje. O imóvel – casarão de madeira com muitos quartos – ficava perto das dunas, paisagem