seg, 15 de setembro de 2025

Variedades Digital | 13 e 14.09.25

Preciso, vou usar é barato?

Nas últimas semanas tenho comprado roupas novas. É uma novidade para mim, cujas aquisições bissextas que se restringem a bermudas e camise-tas quando necessário no começo do verão. Isso se deve a motivos de mudança de emprego e de exigências formais, mas confesso estar um pouco contrariado.
Sou refratário a compras. Meus filhos detestam o que batizei de “teste de necessidade de gastos”, e isso inclui não apenas confecções. É um rápido questionário, integrado por três perguntas básicas: 1) Preciso? 2) Vou usar? 3) É barato?. Se ao menos uma das respostas for “não”, a aquisição está automaticamente suspensa até segunda ordem.
Ao longo de 2020 e 2021, trabalhei em casa de bermuda/jeans, camiseta/moletom e chinelo/alpargata. Foi uma rotina desgastante, desafia-dora por ser nova. Gosto de viver rodeado de gente, assim, o aprendizado foi doloroso. Passeios com o cachorro e idas ao supermercado eram as “atividades sociais” permitidas, mas insuficientes para conter a ameaça de depressão.
Outra mania forjada ao longo dos anos é a desativação de roupas assim que uma compra é feita. Junto paciência e disposição para colocar abaixo a pilha de peças fora de uso. Depois de conferir bainhas, botões e possíveis manchas, dobro com cuidado cada confecção que é acomodada em sacolas plásticas.
O destino da arrecadação dos armários é um asilo localizado às mar-gens da BR-116, em Canoas, cujo cobrador passa sem falta todos os meses para pegar o cheque-auxílio. No início do inverno e às vésperas do final do ano os apelos são ainda mais intensos para reforçar o donativo. O dinheiro é usado para a aquisição de cobertores e edredons, além do pagamento de des-pesas com férias e o pagamento do 13º terceiro salário dos funcionários.
Além das minhas roupas ditas “sociais” estarem com bastante uso, o confinamento ocasionou um fenômeno inédito em que camisas e ternos encolheram dentro do guarda-roupa. Trata-se de um fenômeno digno de estudos por parte da Nasa ou assemelhados que, pelo que converso com amigos, atingiu a muitas pessoas.
No final de semana comprei um par de sapatos esportivo, o que me obrigará a liberar espaço para acomodar a novidade. Além das roupas, os velhinhos abandonados da Casa Lar São Marcos terão um “pisante” novo.

 

Gilberto Jasper
Jornalista/[email protected]

Vibe Local

Programação Especial em Homenagem ao Mês Tradicionalista

Jornalista/gilbertojasper@gmail.com

Por Gilberto Jasper: MUDANÇA DE HÁBITOS

Jornalista/[email protected] Frequento o Litoral norte do Rio Grande do Sul desde a mais tenra idade. Meu avô, Bruno Kirst, tinha uma grande casa de madeira na praia de Tramandaí, outrora conhecida como “A Capital das Praias”. Era uma época heróica perto das facilidades de hoje. O imóvel – casarão de madeira com muitos quartos – ficava perto das dunas, paisagem