Jornal A Plateia – Rádio RCC – Santana do Livramento

A verdade sobre o caso do jovem Carlos Eduardo que perdeu seu irmão no último sábado

Na noite do último sábado (4), um jovem de 17 anos deu entrada no Pronto Socorro (PS) da Santa Casa sem vida. De acordo com informações obtidas junto à Brigada Militar, o jovem possuía deficiência física e cognitiva e teria sido deixado no PS pelo irmão mais velho, Carlos Eduardo Pacheco, de 24 anos.
No decorrer da ocorrência atendida pela BM, Carlos Eduardo foi levado à delegacia para prestar depoimento.
Procurado pelo Jornal A Plateia, Carlos contou que naquela noite chegou em casa e foi comunicado pela sua avó que seu irmão não estava mais reagindo. “Cheguei em casa do trabalho cansado, sujo e me desesperei com a situação. Eu não sabia o que fazer e nem o que pensar, ele estava como sempre deitado na cama, chamei ele pra ver se reagia, mas ele não reagiu. Pedi pra um vizinho chamar um táxi e fui direto pro Pronto Socorro”.
Carlos Eduardo relatou que, ao chegar no Pronto Socorro, entrou na sala com seu irmão e o entregou para os plantonistas, sem saber que seu irmão já estava em óbito. Após os atendimentos de praxe, uma funcionária do hospital pediu algumas informações de seu grau de parentesco, além de documentos de seu irmão Gabriel Pacheco, para registro do atendimento.
“Ela me perguntou o que eu era dele, se tinha mais algum familiar e eu expliquei que ele não tinha pai e que nossa mãe havia morrido e que eu era o responsável, então ela me informou que ele estava morto e ali me caiu o mundo. Não sabia o que fazer, não tinha pegado documento nenhum. Aí a recepcionista disse para eu ir em casa, dar a notícia, me organizar, pegar documento e voltar pra fazer a papelada”.
Quando Carlos voltou para o hospital foi informado para esperar a Brigada Militar. “Nesse tinha acontecido e porque eu tinha ido em casa”.
Carlos Eduardo contou que perdeu a mãe há mais de cinco anos e, desde então, ele é quem cuida de sua família, trabalhando e levando seus irmãos para a escola e para a APAE. “Aqui em casa sempre fui eu, perdi minha mãe cinco, seis anos atrás, tenho um irmão que também é deficiente, outro irmão de 13 anos e a minha avó de 90 anos, que eu cuido também”.
Gabriel faleceu aos 17 anos, de acordo com o atestado de óbito de septicemia de origem abdominal e sequela neurológica importante.