qui, 16 de janeiro de 2025

Variedades Digital | 11 e 12.01.25

NOTÍCIA BOA ESTÁ FORA DE MODA

Gilberto Jasper
Jornalista/[email protected]

Sou jornalista há mais de 40 anos. Muita coisa mudou em relação a este ofício, desde os “bons tempos” da linotipo, das laudas de papel, do barulho das máquinas de escrever. Da época do olho no olho no momento da entrevista, da consulta a jornais arquivados na redação – uma espécie de Google daqueles tempos de outrora.
Ética, correção, compromisso com os dois lados da notícia (ponto e contraponto), zelo na checagem de dados com mais de uma fonte, porém, são preceitos que se mantêm intactos desde sempre. Ou deveriam.
Além do avanço incrível da tecnologia, chama a minha atenção a avidez que motiva – com as óbvias exceções – a publicação maciça de notícias negativas. Já participei de inúmeros debates sobre o assunto, reiterando que não defendo uma cobertura “cor-de-rosa” que contemple com notícias positivas.
Preocupa-me, no entanto, a insistência em repisar assuntos que não têm novidades – preceito básico para serem consideradas ”notícias” -, mas que estampam repetidas manchetes. Além de melhorar o astral do leitor/ouvinte/telespectador/internauta, os conteúdos positivos inspiram pessoas. Isso ocorre com frequência quando os conteúdos envolvem prefeituras.
Inúmeros administradores públicos recorrem a iniciativas adotadas em municípios vizinhos ou nem tanto. Eles buscam na internet alternativas para construir obras diferenciadas, melhorias que ampliam e estimulam a solidariedade ou que simplesmente refletem o bom uso do dinheiro da população.
Em jornalismo convencionou-se dizer que “notícia ruim vende muito”, o que é contestável. É impossível comparar o comportamento do público se ele é bombardeado majoritariamente com manchetes de corrupção, desvios e crimes em geral?
Considero mais edificante destacar personagens, fatos e episódios que ressaltam nuances positivas vida afora. É um compromisso da imprensa tornar públicas histórias que deram certo.
Antes que me acusem de ter sido acometido pela “Síndrome Aguda de Poliana”, argumento que gosto – de verdade! – de ver gente feliz, conhecer histórias de sucesso pelo talento e esforço pessoal e de assistir a episódios permeados pela solidariedade, amizade e “cumplicidade do bem”. E acho quem muita gente também gosta!