qua, 15 de maio de 2024

Variedades Digital | 11 e 12.05.24

Longa-metragem filmado em Livramento estreia no Rio de Janeiro

Depois de participar em julho da última edição do Goes to Cannes, no Festival de Cannes, Casa Vazia estreiou no festival Rio de Janeiro Int´l Film Festival , que aconteceu de 9 a 19 de dezembro na capital fluminense. Com selo da Panda Filmes e direção de Giovani Borba, o longa-metragem foi selecionado para a principal categoria da mostra mais disputada do evento.

A produção gaúcha foi exibida nos dias 14 e 15 de dezembro. Definido como um neo-western pela revista Variety, Casa Vazia explora uma linguagem híbrida entre ficção e documental e tem como protagonista um não-ator, Hugo Noguera, que é um ex-peão de estância. Hugo viajou para o Rio de Janeiro para acompanhar as sessões de estreia.

O filme também conta com outros talentos locais, como Lucas Daniel Alves Soares, Mariton Alves Correa, Viviane Velozo, José Newton Canabarro e Siola Mar Ribeiro do Prado. A trama aborda o empobrecimento da população em regiões agrícolas marcadas pelo avanço da tecnologia e das desigualdades sociais. É a primeira obra de Borba como roteirista e diretor de um longa-metragem.

– Foi uma enorme alegria estrear no Festival Internacional do Rio, um dos maiores festivais do Brasil e da América Latina. É uma grande vitrine do cinema brasileiro. Poder voltar a participar de um festival presencial, encontrar amigos, pensar e festejar cinema é preciso, mesmo num momento tão sufocante que o cinema vive no país – afirmou o cineasta.

O diretor também atua como produtor da obra, juntamente com Tatiana Sager (diretora de Central – o filme, 2017) e Beto Rodrigues (diretor de Rolex de Ouro, 2007). Casa Vazia foi o único projeto gaúcho selecionado, no final de 2017, no edital PRODECINE 05 – Inovação de Linguagem. Antes disso, já havia sido selecionado em quatro eventos para desenvolvimento de projetos: MAFIZ (Malaga Festival Industry Zone), na Espanha, 7th International Coproduction Meeting (Brasil Cinemundi), em Minas Gerais, o Talent Campus do BAFICI (Buenos Aires Internacional Festival of Independent Cinema), na Argentina, e o Taller Andino do IBERMEDIA.

O FILME – CASA VAZIA:

A produção foi filmada no extremo sul do Brasil. O longa-metragem expõe a vida de Raúl, um peão desempregado que vive numa casa isolada na imensidão do pampa. Região, atualmente, marcada pelo empobrecimento das famílias que vivem no campo. Nesse cenário, a violência rural é uma das consequências da industrialização na agricultura.

De acordo com o Giovani Borba, a tensão e a violência que acompanham a narrativa do filme, apresentada por exemplo, quando a tecnologia invade a área rural e transforma as relações de trabalho e humanas no campo é uma forma de refletir metaforicamente os “tempos em que estamos vivendo”, ou seja, “uma reação aos eventos políticos que estão passando no Brasil”.

Nessa área onde Raúl mora, a tradição da criação de animais vem sendo sobreposta por imensas plantações de soja e eucalipto. Cultivos que são muito nocivos ao meio ambiente com agrotóxicos e produção de transgênicos. Neste lugar, os trabalhadores do campo tentam se reorientar e lutar pela sua sobrevivência e preservar sua tradição.

A obra também chama atenção pelo fato de empregar não-atores em frente à câmera, inclusive o protagonista. O personagem Raúl é interpretado pelo ex-peão de estância Hugo Noguera, selecionado em um teste realizado com moradores da região. Ele contracena com atores profissionais consagrados, como Araci Esteves, Nelson Diniz, Roberto Oliveira e Liane Venturella, que também assina a preparação do elenco.

SINOPSE:

Raúl é um peão desempregado e pai de família que vive numa casa isolada na imensidão solitária dos campos. A mão-de-obra tradicional da lida no campo já não serve mais aos patrões, donos das terras. A paisagem de imensas pastagens com o gado está sendo sobreposta por gigantescas lavouras de soja. Assolado pela pobreza e a falta de trabalho, ele se junta a outros peões para roubar gado durante a escuridão das noites no campo. Ao retornar de mais uma madrugada, encontra sua casa vazia. Sua mulher e filhos desapareceram.

> FICHA TÉNICA:

 

Gênero: Ficção

Cor: colorido

Duração: 85min

País: Brasil

Ano: 2021

 

Direção: Giovani Borba

Roteiro: Giovani Borba

Empresa Produtora: Panda Filmes

Produção: Tatiana Sager, Beto Rodrigues e Giovani Borba

Fotografia: Ivo Lopes Araújo

Montagem: Bruno Carboni e Marina Meliande

Música: Renan Franzen

Elenco: Hugo Noguera, Araci Esteves, Nelson Diniz, Roberto Oliveira, Liane Venturella, Lucas Daniel Soares Rodrigues, Mariton Alves Correa, Viviane Velozo, José Newton Canabarro e Siola Mar Ribeiro do Prado.Com linguagem híbrida entre ficção e o documental, produção será exibida nos dias 14 e 15 de dezembro e tem como protagonista Hugo Noguera – um não-ator, ex-peão de estância -, além de vários outros talentos locais.

 

LINK COM TRAILER DO FILME:

 

Entrevista com o diretor

Qual a sua relação com Livramento e como foi filmar o longa nos campos da fronteira com Uruguai?
Como cria da região, tive uma vivência na infância de circular pela região da fronteira e pelo Uruguai. Andava por Livramento, filmando um trabalho, quando iniciei uma amizade com o querido Nereo Mendes. Ele fez o filme conosco e, infelizmente, nos deixou logo após às filmagens. A nossa amizade e a disposição dele em me ajudar enquanto eu pesquisava, sem dúvida direcionou muito mais o filme pra Livramento do que outras cidades. Passei um bom tempo vivendo na cidade antes das filmagens, caminhando pelas ruas e andando pelos campos me conectei muito com Sant’Ana. Isso me fez ter a certeza de que eu queria a cara dessa gente estampada no meu filme, o sotaque, os trejeitos.
Qual o sentimento de classificar o seu filme no Festival de Cannes?
O festival de Cannes é, sem dúvida, um dos maiores do mundo. Esta participação do filme ainda não é uma estreia oficial. O filme ainda está sendo finalizado e fomos selecionados para um evento que fará exibições fechadas, apenas para festivais, distribuidores e agentes de vendas internacionais. Mas, sem dúvida, este espaço é um espaço de grande prestígio, e que é muito disputado por filmes do mundo inteiro, e isso já é um reconhecimento maravilhoso para a futura carreira do filme. É uma grande vitrine para alcançarmos uma bela estreia do filme mundo afora.
Na sua opinião qual é o potencial da fronteira gaúcha para o cinema?
A fronteira tem um potencial imenso para atrair as produções. A região já abrigou diversos filmes, novelas e séries. É muito importante falar que uma produção não só mostra os cenários da região, o que atrai o turismo, mas gera lucros e empregos. No nosso caso, por exemplo, boa parte do orçamento que tínhamos para fazer o filme ficou na cidade através dos serviços e das pessoas que contratamos. Um filme não é feito só de câmera, atores, luzes. Temos hospedagens, alimentação, transportes, construções e muitos outros serviços. Uma produção, quando chega numa cidade geralmente já tem dinheiro, então eu não acho que as prefeituras devam dar dinheiro às produções, mas que apoiem as produções, que facilitem o caminho para que uma produção se instale na cidade.

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