As ações asiáticas, os futuros de ações dos EUA e o petróleo vão amargando perdas expressivas nesta segunda-feira, em meio a preocupações sobre novas restrições impostas pela Ômicron e, após o revés para a agenda econômica do presidente Joe Biden, que levou o Goldman Sachs Group a cortar as previsões de crescimento dos EUA.
O indicador de ações da Ásia-Pacífico da MSCI registrou sua sexta sessão em queda nas últimas sete.
Os investidores avaliam os últimos comentários do senador Joe Manchin, que deixou os democratas com poucas opções para reavivar a agenda de Biden depois de rejeitar o pacote de impostos e despesas de cerca de US $ 2 trilhões.
Novos bloqueios em partes da Europa para conter a rápida disseminação da Ômicron também estão perturbando os investidores e pesando sobre o sentimento de risco.
Na China, os bancos reduziram a taxa básica de juros para empréstimos de um ano , uma referência importante dos custos de empréstimos, pela primeira vez em 20 meses. Os pedidos de flexibilização cresceram em meio a uma repressão do setor imobiliário que está pesando sobre a expansão econômica.
As ações globais recuaram na semana passada, em parte devido à perspectiva de redução do estímulo do Federal Reserve, à medida que as autoridades se voltam para o combate à inflação.
No front do vírus, o aumento de casos levou a Holanda a voltar aos bloqueios, enquanto o secretário de Saúde do Reino Unido, Sajid Javid, se recusou a descartar medidas mais fortes antes do Natal. Nos EUA, os bloqueios provavelmente não serão necessários, mas os hospitais podem estar sob pressão, disse o principal conselheiro médico de Biden, Anthony Fauci.
Por aqui, adversários tradicionais na política nacional, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin se encontraram publicamente na noite deste domingo, 19, pela primeira vez desde que começaram a negociar uma aliança para disputar a eleição de 2022. Organizado pelo Prerrogativas, grupo de advogados “antilavajatistas”, o batizado “Jantar pela Democracia” reuniu em São Paulo cerca de 500 convidados, incluindo governadores e outras lideranças.
Apesar de não existir uma união formal, o encontro é carregado de simbologia; governador de São Paulo quatro vezes pelo PSDB, Alckmin se desfiliou na última quarta-feira e estuda convites de três legendas para traçar seu destino político.
Mesmo à frente da corrida pela sucessão paulista, segundo as pesquisas de intenção de voto, o ex-tucano deve priorizar a disputa nacional e assumir a pré-candidatura a vice-presidente, compondo com Lula. Mas Alckmin não decidiu ainda por qual partido o faria; por enquanto, a conversa mais adiantada é com o PSB.
O ex-governador desconversou sobre o significado do encontro. “É só um jantar de fim de ano”, disse ao Estadão. Ao discursar, Lula seguiu a mesma linha, ironizando a atenção da imprensa e repetindo que ainda não definiu a candidatura.
“Sei que o Brasil que eu vou pegar em 2023 é muito pior que eu peguei em 2003. Segundo, depende do meu partido. É um partido que tem uma história, o partido mais importante da esquerda brasileira”, afirmou. “Tenho que respeitar o Alckmin, quem vai dizer se a gente vai se juntar ou não é o meu partido e o partido dele.”
“Nada acontece para o vice antes de acontecer para o presidente”, afirmou, rindo. Lula ainda deixou claro que as críticas que ambos possam ter trocado no passado não vão impedir um eventual acordo. “Independente de qualquer coisa, quero dizer que aprendi a respeitar certas pessoas. Eu passei 30 anos xingando o Delfim Netto, e depois ele esqueceu todas as ofensas e me apoiou em todo o meu governo.”