As ações asiáticas encerraram a sexta-feira de forma mista, enquanto os futuros dos EUA operam em alta, antes de um importante encontro do Federal Reserve, que pode oferecer pistas sobre o cronograma para diminuição dos estímulos. Na Europa os mercados recém abertos operam majoritariamente em queda.
Apesar da queda em alguns importantes centros, o indicador da Ásia-Pacífico da MSCI registrou ganho, com as ações subindo na China, onde o banco central sinalizou com medidas direcionadas para oferecer um maior suporte à economia.
Os assessores do presidente Joe Biden estão considerando apoiar Powell para um segundo mandato, uma medida que pode aumentar as expectativas de continuidade na atual política monetária acomodatícia.
A recuperação da pandemia e a inflação elevada estão apoiando os apelos para a normalização da política monetária. Mas a recente disseminação da variante delta complicou a reabertura econômica. Os mercados estão esperando para ver como Powell equilibra esses fatores concorrentes em seus comentários.
Entre as commodities, o petróleo West Texas Intermediate está em sua melhor semana desde outubro. O ouro ultrapassou US $ 1.800 a onça. O Bitcoin estava sendo negociado em torno de US $ 47.000.
Por aqui, segundo coluna da jornalista Vera Rosa (Estadão) o presidente Jair Bolsonaro tem sido cada vez mais pressionado pelo Centrão a antecipar ao menos uma parte da reforma ministerial prevista para abril de 2022, quando os candidatos de sua equipe terão de deixar os cargos para disputar as eleições, como manda a lei. Até mesmo ministros mais pragmáticos, como o titular da Casa Civil, Ciro Nogueira, já viram que não é possível “tutelar” Bolsonaro, mas pedem carta branca para “fazer política”, como costumam dizer, e segurar as pontas do governo até o ano que vem.
Com o enfraquecimento do ministro da Economia, Paulo Guedes, e o Palácio do Planalto cercado por uma “tempestade perfeita” – composta por conflitos institucionais, inflação e juros em alta, aumento do preço dos alimentos, do gás de cozinha, da conta de luz, desemprego e pressão pelo impeachment – , o Centrão vê nova janela de oportunidade para dobrar a aposta nas negociações com o governo: partidos do bloco exigem mais cadeiras no primeiro escalão para contemplar novamente a Câmara dos Deputados, o Senado e alguns setores que lhe são fiéis, como o dos evangélicos e o dos ruralistas.
Ao enfileirar argumentos de que Guedes não tem visão política para manter tantas funções sob sua batuta perto de um ano eleitoral, o Centrão quer a sua cabeça e também a do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, numa quadra em que se agrava a crise hídrica e há risco de apagão no País. A cobrança não é de hoje, mas foi reforçada nos últimos dias.