O mês de agosto começa ensaiando uma boa recuperação para os mercados asiáticos, movimento acompanhado pelas ações europeias, juntamente com os futuros de índices dos EUA, à medida que a expectativa por ganhos corporativos vão compensando as preocupações persistentes sobre a repressão regulatória da China e a disseminação da variante delta.
As ações de Hong Kong e da China subiram, reduzindo parte das expressivas perdas da semana passada provocada pela repressão de Pequim, especialmente aos setores de tecnologia e educação. O país também enfrenta um pico de Covid-19 e sinais de desaceleração do crescimento econômico, estimulando apostas em flexibilização monetária e uma recuperação da dívida soberana.
Na Europa, as montadoras e os bancos lideraram o avanço no índice Stoxx Europe 600, com todos os setores da indústria no positivo após a “gangorra” da semana passada. Os ganhos do HSBC Holdings e da Axa SA (uma das maiores seguradoras do mundo) impulsionaram este sentimento otimista.
Já os contratos futuros do S&P 500 e do Nasdaq 100 aumentam à medida que o pacote de infraestrutura de US $ 550 bilhões se aproxima da aprovação no Senado esta semana.
As ações globais em julho completaram sua seqüência de vitórias mais longa desde 2018, mas o ritmo de ganhos foi o mais lento dos últimos 6 meses. Os ganhos corporativos devem auxilior esta retomada, mas os riscos incluem o impacto da inflação elevada e a tensão em torno da variante delta na economia mundial, bem como a pressão da China por mais controle sobre algumas de suas principais empresas.
O petróleo recua enquanto os investidores pesam as perspectivas da China, além do monitoramento de um aumento nas tensões entre o Irã e os EUA.
Por aqui, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, que retorna do recesso parlamentar amanhã, pautou para a sua primeira sessão, a apreciação do requerimento de convocação do ministro da Defesa, Braga Netto. O pedido ainda divide os senadores da comissão, até mesmo dentro do grupo majoritário. A cúpula do colegiado deve discutir na noite desta segunda-feira, 2, a possibilidade de chamar o ministro para depor.
Braga Netto entrou em conflito com a cúpula da CPI ao assinar uma nota em conjunto com os comandantes das Forças Armadas criticando o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM). Durante depoimento do ex-diretor do Departamento de Logística em Saúde do Ministério da Saúde Roberto Dias, Aziz afirmou que o “lado podre das Forças Armadas” estava envolvido em “falcatruas” do governo.
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), autor do requerimento para convocar o ministro, justificou o pedido para detalhar a atuação do ministro na pandemia. O presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, durante depoimento na comissão, apontou atuação de Braga Netto na tentativa de mudar a bula da cloroquina, medicamento sem eficácia comprovada contra o novo coronavírus. O incentivo ao chamado tratamento precoce, na contramão de evidências científicas, é uma das linhas de investigação que colocou o presidente Jair Bolsonaro na mira da CPI.
O Brasil registrou neste domingo 449 novos óbitos em decorrência da covid-19, o que eleva o total de vítimas fatais da doença no país a 556.834, informou o Ministério da Saúde. Também foram notificados 20.503 novos casos de coronavírus, colocando o total de infecções confirmadas no país em 19.938.358
Com as 449 novas mortes por covid-19 notificadas neste domingo, 1º, o Brasil registrou uma média móvel de 984 óbitos em mais um dia com o indicador em queda. No sábado, pela primeira vez desde 20 de janeiro, o índice ficou abaixo de mil no país.