No último dia 18, domingo, um homem de 48 anos foi morto a facadas pela sua companheira na localidade conhecida como Beco do Pinga. O fato teria ocorrido por volta das 8h em frente à residência da vítima. A principal suspeita, uma mulher de 32 anos, foi presa pouco depois em uma região próxima da cena do crime. Já na terça-feira, dia 20, menos de 72 horas depois, um homem de 53 anos foi morto a tiros em seu local de trabalho, no bairro Divisa.
A ação, capturada pelas câmeras de segurança, ocorreu no momento em que o homem estava sozinho em seu escritório. As imagens mostram o assassino ingressando no local, trocando algumas palavras com a vítima. Minutos depois, se escuta a execução com, pelo menos, três disparos à queima roupa.
O curto espaço de tempo em que os crimes ocorreram e também a forma com que foram praticados chocaram a comunidade santanense, que viu a contagem de homicídios na cidade chegar a 15 mortes em 10 meses; diferente de 2019, onde foram registrados apenas seis crimes do tipo. Na comparação, o número de homicídios cresceu 150%.
Para a Delegada da Polícia Civil, Giovana Müller, o momento de pandemia pode ter sido um dos fatores que influenciou na suba, pois, a maioria dos casos está ligada a desentendimentos de pessoas que já possuíam algum tipo de convivência e não mais a questões ligadas ao tráfico de drogas, como no ano passado. “Eu não tenho como definir só um fator. O que a gente notou foi isso, que mudou. As motivações estão mais dispersas, não é só o latrocínio […] ou o tráfico. […] São pessoas que já têm um convívio […] e não tem como dissociar isso da pandemia”, comenta.
De acordo com os dados repassados pela Delegada, 14 dos 15 casos já tiveram a autoria e as motivações apuradas, sendo um por tráfico, dois por latrocínio, um feminicídio e os demais por desavenças. A respeito do último crime, Giovana informa que o Setor de Investigações da Polícia Civil está trabalhando para apurar a autoria, mas ainda não há suspeitos.