sáb, 14 de junho de 2025

Variedades Digital | 14 e 15.06.25

Velhos hábitos

É difícil livrarmo-nos de velhos hábitos. Hábitos tão velhos, tão arraigados que quase nem mais notamos. O hábito de acordar a mesma hora, precisando ou não. O hábito de fazer o mesmo trajeto embora haja uma série de opções (ou não, apenas mais uma já é suficiente), o hábito de tomar o mesmo vinho, embora nos digam que tal marca é melhor, o hábito de dormir a mesma hora, de escolher o mesmo tipo de roupa, o mesmo tipo de corte de cabelo – mesmo que nunca tenhamos experimentado algo diferente.
Mas o hábito deixa de ser hábito para virar cacoete. Lembram daquele ditado que diz: O hábito do cachimbo deixa a boca torta? O cacoete de enrolar a ponta do cabelo quando pensativa, ou coçar a cabeça quando preocupados. Ou entrar em uma determinada peça de nossa casa onde tenha relógio – na minha casa, é na cozinha – e olhar para ver que horas são. Certamente, muitas pessoas dirão: ah, mas é apenas uma referência! Uma colocação no tempo, mas mesmo que seja aquele dia especial, tipo domingo ou feriado – dia de relaxar e deixar tudo para lá ? Entro inúmeras vezes na cozinha e inúmeras vezes olho o relógio (no domingo) e sempre repito para mim mesma: hoje, sou livre. Hoje, não tenho compromisso! Hoje, sou mais eu… Hehehe – não, não sou, sou prisioneira do hábito, que já virou cacoete. Sempre achei superelegante aqueles relógios que estão dentro de um móvel, têm pêndulo, supercharmosos, que fazem tic-tac sem parar nos lembrando que o tempo não para, no entanto, quando fui comprar o meu megasimples relógio para colocar na cozinha, perguntei pra moça: faz um som alto no meio da noite, no silêncio? Ela me olhou com uma cara, tipo: esta mulher é estranha, para não dizer louca, e respondeu: é… sim, faz barulho… E faz, porque no silêncio da noite, escuto o relógio, a caixa d’água do prédio enchendo, o cachorro do vizinho arrastando a tigela de comida, ou seja, quem tem a pretensão de controlar tudo ao seu redor sofre deste cacoete: ouvir tudo. Aliás, uma benção que nos foi dada: a de ouvir, ver, cheirar, sentir e quase não valorizamos. Só quando perdemos ou estamos prestes a perder.

A diplomacia do governo Lula III segue, ao galope, se distanciando do espírito da civilização ocidental e dos valores democráticos. Ao atacar Israel e defender o regime tirânico do Irã, “O VIAJANTE” mostra que abriu mão definitivamente da racionalidade e que em verdade admira, sem pudores, as autocracias que ameaçam todo nosso modo de viver e pensar.

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