Comissão projeta Semana Farroupilha com eventos virtuais

Setembro está quase aí e fica a pergunta aos tradicionalistas: como será a Semana Farroupilha neste ano? Uma coisa é certa. O tradicional desfile de 20 de setembro não ocorrerá, ficando somente na lembrança de gaúchos e gaúchas que em 2019 fizeram mais uma vez um dos maiores desfiles a cavalo do mundo. Pois é, em 2020 os arreios vão ter que ficar emalados num canto do galpão e aquela pilcha nova de bailar aos quatro costados pelos bailes e galpões, também vai ter que esperar pelo ano que vem.
Assim como muitos eventos importantes mundo afora foram cancelados, igualmente a semana do gaúcho também sofrerá suas alterações. Em Livramento, a Comissão Municipal dos Festejos Farroupilhas vem trabalhando nos últimos meses, incansavelmente, junto com os membros das entidades tradicionalistas para definir como se darão as atividades. Com reuniões físicas suspensas, as lives tem sido uma ferramenta muito utilizada para otimizar tempo e encurtar distância. Segundo Leonardo Soares, presidente da comissão, essa tem sido uma saída para alinhar as ações juntamente com a 18º Região Tradicionalista e com o MTG (Movimento Tradicionalista Gaúcho).
Questionado sobre o funcionamento de galpões, piquetes e CTGs, durante a Semana Farroupilha, o coordenador disse que das 30 entidades do munícipio apenas 5 demostram interesse de abrir suas portas para promover algum tipo de atividade, mas que provavelmente esse número possa diminuir. Neste sentido todas elas deverão observar as considerações do decreto municipal.
Outro ponto importante que todos os anos envolve uma grande logística é com a questão do acendimento da Chama Crioula que em anos anteriores era feito de maneira estadual, mas em 2020 foi cancelado, fica a cargo das regiões definirem. “Em relação a este assunto nós estamos à espera da Prefeitura sobre a definição da Semana da Pátria. Se ela houver, nós iremos fazer como foi em 1947 (foi a primeira Semana Farroupilha do Rio Grande do Sul quando um grupo liderado pelo tradicionalista Paixão Cortes, chamado de Grupo dos Oito, roubou uma centelha da chama da Pira da Pátria no Colégio Júlio de Castilhos em Porto Alegre), onde nós vamos coletar uma centelha do fogo simbólico no dia 7 de setembro e iniciar a guarda da chama crioula. Se não tiver Semana da Pátria, a gente vai fazer um acendimento, a princípio na região do Cerro Chato onde estarão somente oito cavaleiros do Grupo de Cavalgadas para conduzir a chama. Vai ser um espaço bem reservado para não ter nenhum tipo de aglomeração de pessoas”.
A comissão também está projetando a realização das tradicionais rondas crioulas que geralmente aconteciam no Galpão da Praça General Osório, de forma virtual neste ano. “A gente quer fazer uma espécie de live onde cada dia duas entidades estejam neste local também sem aglomeração somente para contar um pouco da história da entidade com apresentações artísticas entre outras atividades” encerrou.