Verba destinada para a construção está disponível, diz Defesa Civil
As pontes do bairro São Paulo, nas ruas Presidente Vargas e Valdomiro Bassedas, ainda estão somente na imaginação dos moradores. As estruturas foram destruídas ainda em agosto de 2018, após fortes chuvas e iniciando assim um problema que perdura até os dias atuais.
Os moradores das duas ruas tiverem de se adaptar, tendo de se deslocar algumas quadras a mais, visto que com a queda das pontes, a linha de ônibus São Paulo teve de ser alterada, pois uma parte da linha cruzava por estas pontes. Além deste problema com o transporte coletivo, a cada nova chuva surge a incerteza dos moradores que têm suas casas nas margens do córrego. Em chuvas anteriores vários escombros foram carregados pelo córrego bloqueando a passagem da água, o que fez com que a casa de Carlos Eduardo Montana ficasse alagada, destruindo diversos móveis. Carlos gravou até um vídeo com a água atingindo quase um metro de altura.
2019
Cerca de seis meses após a queda da ponte, em janeiro de 2019, os moradores questionaram as autoridades sobre o motivo de as pontes ainda não terem sido refeitas. A moradora Ana Cristina Braz, 39 anos, que reside bem ao lado do problema na rua Presidente Vargas, falou, na época, sobre a falta de respostas da gestão municipal: “Para nós é muito ruim, principalmente quando chove, porque além de não ter a ponte, a água fica represada pelos entulhos que tem aí dentro. E a única maneira de passar é pela ponte improvisada que um vizinho fez ali. Estes dias caiu um rapaz que tentou atravessar de moto” comenta.
A resposta do Executivo, em janeiro de 2019, foi através do então Secretário de Obras, Ricardo Dutra e foi a seguinte: “Todas as soluções indicadas são definitivas, talvez por isso a demora, pois os projetos e liberação são maiores e mais elaborados. Esperamos estar com todos os projetos em obras até fevereiro, precisamos aguardar a abertura do orçamento do município”, comentou Dutra.
A solução definitiva, prevista para 2019, infelizmente não veio. Foi realizada de maneira emergencial e improvisada em junho do mesmo ano, a construção de uma pinguela (ponte improvisada com troncos, sem proteção e estreita) provisória, levantada com material doado por um vereador e executada pelos moradores da comunidade, com o intuito de resolver a situação de emergência daquela região.
Já no fim do ano passado, em dezembro, o vereador Romário Paz recebeu a confirmação de verbas destinada para construção das pontes. A informação foi divulgada pelo vereador, que foi o principal responsável pela conquista da verba de R$ 302 mil junto à Secretaria Nacional de Defesa Civil, através do deputado Márcio Biolchi, também do MDB, com o apoio do deputado Pompeo de Mattos, do PDT.
A verba foi repassada diretamente da Defesa Civil Nacional para a conta da Prefeitura, através da Nota de Empenho do Tesouro Nacional. Romário comemorou a confirmação da verba. “Agora falta pouco. Com a verba já disponibilizada na conta, o Executivo vai dar início, nos próximos dias, ao processo licitatório para as duas obras. Com isso, acredito que ainda no primeiro trimestre de 2020 a comunidade do São Paulo finalmente terá a solução definitiva desse antigo problema de mobilidade”, afirmou.
Essa é uma demanda antiga dos moradores do bairro São Paulo. Romário lembra que esse foi um compromisso pessoal que ele assumiu com aquela comunidade. “Desde o primeiro dia do nosso mandato venho lutando para resolver esse problema, sem fazer alarde, sem propaganda. Agora atingimos o objetivo maior, que é o de resolver definitivamente o problema das pontes da rua Valdomiro Bassedas, no valor de R$ 142.000,00, e da rua Getúlio Vargas, no valor de R$ 160.000,00. Gostaria de parabenizar todos os envolvidos por esta importante conquista”, finalizou.
2020
Um novo ano iniciou, mas os velhos problemas ainda se mantiveram. Em fevereiro deste ano, o secretário de obras Jair Pires afirmou que as obras estavam em um processo de licitação, que é um procedimento administrativo formal regra que se estabelece de forma prévia às contratações de serviços, aquisições de produtos, ou até mesmo para registrar preços para contratações futuras pelos entes da Administração Pública direta ou indireta, que também pode ser considerada como pré-contrato, que tem como objetivo principal a obtenção das propostas mais vantajosas e justas.
O secretário de obras Jair Pires, que disse que as construções das pontes se encontram em processo licitatório e que o recurso que será utilizado vem da Defesa Civil Estadual. Segundo o secretário, o valor utilizado para reconstrução são recursos da Defesa Civil, e estrutura das pontes serão de concreto. “A licitação está sendo elaborada e, segundo a prefeita Mari Machado, tão logo a empresa seja contratada as obras serão iniciadas imediatamente, a nossa expectativa é realizar essa recuperação o quanto antes”.
Ainda em fevereiro, um morador teve parte de seu terreno destruído e “engolido” pelo córrego, que segundo o proprietário foi aberta pelo maquinário da prefeitura quando uma equipe tentava retirar os restos de tubulação do local.
Dias atuais
Prestes a completar dois anos desde a destruição da ponte, José Fagundes, Coordenador da Defesa Civil de Livramento explicou por que ainda não foi solucionado este problema: “São duas pontes,a da Valdomiro Bassedas e da Getúlio Vargas, O valor solicitado foi de R$ 697.626,78 e o valor liberado para as obras foi de R$ 302 mil. foram necessários ajustes ao projeto original para adequação de orçamentos. Os projetos estão prontos, não sei informar qual modelo, mas foi solicitado a abertura de crédito especial, assim que for aprovado liberam as rubricas orçamentárias e então será realizado o processo licitatório”, conta.
Os moradores já estão cansados desta situação que se arrasta e não têm certeza de quando terão uma passagem para seus veículos e trânsito da linha de ônibus que ainda está sendo desviada, aumentando a viagem em mais de 10 minutos. O morador Alfredo Silveira diz que sua paciência já se esgotou, pois são quase dois anos que a situação está assim, sem ele poder, por exemplo, colocar o veículo da família para dentro da garagem, além de parte do cercamento da sua residência estar prestes a cair no córrego. “Não aguento mais essa situação, foi só conversa e conversa. Nós queremos uma solução urgente antes que isso piore” disse, bastante irritado.
Em menos de três meses essa problemática fará dois anos. A solução ainda terá um caminho longo até os moradores verem o maquinário trabalhando nas pontes. E,possivelmente,somente terá solução em 2021.