A história de Ester Lia Santos Zeferino, 70 anos de idade, mãe de 22 filhos biológicos e um adotado: “Amo todos eles igualmente, são presentes de Deus”
Existe um ditado que diz que “no coração de mãe sempre cabe mais um”. Geralmente esta expressão é aplicada naqueles casos quando se quer dizer a alguém que ela será amada da mesma maneira que os filhos. No caso de Ester Lia Santos Zeferino, 70 anos, a frase se aplica perfeitamente. Nascida em 24 de outubro de 1949 na região do Itaquatiá, vem de uma família de trabalhadores do campo, estudou na escola Pacheco Prates de onde guarda boas lembranças até hoje. “Lembro bem, quando a gente veio para a cidade e fui registrada, depois fui estudar na escola Pacheco Prates. Naquele tempo era assim, eles registravam as crianças já grandes. Depois, logo em seguida, já comecei a trabalhar, tinha 12 anos. Trabalhei muito tempo em casa de família. E, depois de um tempo, juntando latinha para vender”.
Ao longo de suas 7 décadas, a senhora de olhar firme e sorriso nos lábios deu à luz, de parto normal, a 22 filhos que lhe enchem de orgulho, pois mesmo com todas as dificuldades da vida nunca lhe faltou nada, principalmente amor. Hoje, viúva, casou-se duas vezes, sendo que todos os filhos são fruto do primeiro matrimônio com João Carlos Castro de Melo.
Questionada no momento da entrevista, se ela lembrava o nomes de todos os filhos disse.’’Ah, não, moço, assim fica difícil para essa mulher velha’’. (Risos).
Sobre criar e educar 22 filhos, Ester conta que antigamente era mais fácil pois existia mais respeito com os pais. “Hoje é difícil, as crianças não têm respeito. Não é o caso dos meus filhos, eles me obedecem e muitos já estão até casados. A gente passou bastante trabalho, mas, nunca faltou nada para eles”.
Ester relembra com clareza o nascimento da primeira filha, Ana Lia, cujo parto foi feito em casa pelos seus irmãos. “Ela nasceu em casa, e quem fez o parto foram meus irmãos. Ela foi lavada com sabão em barra, já o umbigo foi atado com cordão de pandorga que estava até amarelo com a fumaça do fogão. Quem cortou o umbigo dela foi meu irmão Bernardo, o lenço que ele usava foi a “umbigueira” da Ana Lia e ela está aí viva e sadia. Nunca teve nenhum problema de saúde. E, hoje, existe tanta doença, naquele tempo era mais simples” relembrou.
Com 70 anos de idade, Ester diz também que a coisa que mais gosta de fazer é trabalhar, atualmente realiza todas as semanas faxinas em casas de família. “As pessoas me dizem para ficar em casa, mas eu não consigo parar. Gosto de conquistar as coisas com as minhas mãos”.
Sobre o que é ser mãe ela deixa a seguinte lição: “Mãe é aquela que cria e não dá para ninguém. Cuida, e ama todos eles independente de suas condições financeiras. Quero dizer que amo muito cada um dos meus filhos, sei que eles são pessoas muito amorosas e trabalhadoras que só me dão orgulho”.
Matias Moura
[email protected]
