Em Santa Maria, na Região Central do estado, Ana Cassiane Rodrigues Maia, de 11 anos, aproveita a quarentena para ajudar, com os devidos cuidados, na educação das outras crianças do bairro Caturrita.
Durante o período sem escola, ela chamou a vizinhança para participar das aulas improvisadas em casa. A garagem da família ganhou quadro negro e classes.
“Eu pedi um quadro pra diretora, eles estavam trocando de quadro, porque eu gostava de estudar com ela. Ela aprendia lá (na escola) e a gente reforçava em casa, ela sempre teve esse gosto de brincar de ensinar”, comenta a mãe de Cassiane, Cristiane de Andrade Rodrigues.
A menina também recebeu doações de máscaras, para que os estudantes se protejam do risco de contágio com o coronavírus durante as aulas. São três vezes por semana, com períodos para disciplina.
Cassiane retoma conteúdos de matemática, português e ciência, que os vizinhos já viram na escola, como reforço. E ainda ajuda os alunos nas matérias em que eles têm mais dificuldade.
“Eu tô passando mais texto pra eles porque eu tô notando vários erros”, comenta a estudante.
Para a mãe de Cassiane, mesmo informalmente, a menina consegue ajudar naquilo que os colegas têm mais dificuldade. “Às vezes com a professora, eles têm vergonha (de perguntar). Com ela aqui, vira uma brincadeira, mas eles aprendem igual”, afirma.
A família ajuda a organizar e cuidar das crianças, além de providenciar a hora do lanche. Como dizem os pais de Ana Cassiane, o sentimento é de orgulho pela ação da filha.
“A educação, se tu não tem, não vai em lugar nenhum no mundo. Mas a gente fica orgulhoso, a gente gosta de ver eles aqui, melhor aqui, do que tá na rua”, comenta o pai, Leandro Cezar Maia.
“É algo que flui dela e a gente vai ajudar e incentivar ela nos planos dela, no futuro, das três, então pra nos é um orgulho”, afirma Cristiane.
Fonte G1