Governador explicou que homem esteve em Milão e garantiu ação coordenada para conter Covid-19 no Estado
O governo do Rio Grande do Sul tentou acalmar a população gaúcha em entrevista coletiva nesta terça após a confirmação do primeiro caso de Covid-19 no Estado. “Sabemos que gera apreensão, mas pedimos calma. O governo está atuando e tomando todas as providências para atender às pessoas que eventualmente tenham casos confirmados e reduzir o contágio”, disse o governador Eduardo Leite. “Se trata de um homem de 60 anos com histórico de viagem para Milão entre os dias 16 e 23 fevereiro. O início dos sintomas de febre e tosse se deu a partir do dia 29”, explicou.
No dia 1º de março, ele foi atendido em uma clínica privada de Novo Hamburgo e teve avaliação médica com quadro de sintomas leves, sendo enviado para isolamento domiciliar até a melhora, com monitoramento da vigilância epidemiológica. O caso foi notificado como suspeito em 2 de março, quando chegaram as amostras ao Laboratório Central do Estado (Lacen). Foram realizados os exames para os vírus respiratórios mais comuns, que deram negativos nos dias 3 e 4.
“A análise específica para o novo coronavírus se deu ontem, quando tivemos o resultado positivo por meio de análise da carga genética. O atual caso é leve, persistindo a tosse. Nenhum familiar residente no mesmo endereço apresentou sintomas. Continuarão sendo monitorados até completar 14 dias de início dos sintomas do caso confirmado”, afirmou, explicando que os passageiros do voo não serão analisados, pois já faz mais de duas semanas do retorno.
O governador ressaltou que o vírus não foi contraído no Rio Grande do Sul, “mas que agora está entre nós”. “Nos preparamos para este momento. Sabíamos que esse dia iria chegar, não é o caso de alarmar a população”, afirmou. Segundo o chefe do Executivo, o Estado tem 190 casos notificados, dos quais 103 foram descartados e 86 persistem como suspeitos.
Leite também reforçou a necessidade de hábitos de higiene como lavar as mãos, tossir na parte interna do cotovelo e não tocar o rosto como muita frequência. Ele também pediu aos gaúchos que evitem o chimarrão compartilhado. “Apresenta maior disponibilidade de contato com o vírus se alguém tiver contraído”, alertou, pedindo ainda que estabelecimentos e locais com aglomerações disponibilizem toalhas de papel, sabonete e álcool gel.
“Estamos coordenando esforços com secretarias de saúde de Estados e municípios, e buscando apoio junto ao Ministério da Saúde. Nós governadores manifestamos ao governo federal a importância de haver a disponibilização de recursos suficientes para termos os leitos hospitalares que forem demandados para isolamento. Para que eles possam ter custeio assegurado. Estamos trabalhando justo ao Ministério para que haja esses recursos, que estimamos em nível nacional podendo chegar a R$ 1 bilhão”, avaliou.
Fonte: Correio do Povo
Foto: Alina Souza
