Segundo o presidente da Câmara, se a aprovação não for feita até quarta-feira, o projeto pode “ir por água abaixo”
O presidente da Câmara de Vereadores, Romário Paz (MDB), recebeu uma ligação de um dos coordenadores da empresa RGE Sul, nessa semana, para tratar sobre os projetos de renegociação de dívidas da Santa Casa com a empresa de abastecimento de energia elétrica, promovendo a eficientização energética dos órgãos. A urgência desses projetos não foi discutida porque o vereador Enrique Civeira (PDT) retirou o quórum, provocando o término da sessão, na manhã da quarta-feira (04). No momento em que o pedetista deixou o plenário, o secretário da sessão, vereador Maurício Galo del Fabro (PSDB), fazia a leitura da urgência de vários projetos que possibilitarão essa negociação.
“Ontem eu recebi uma ligação do chefe Geral da RGE preocupado com esse projeto porque, se nós não conseguirmos aprovar até a próxima quarta-feira, esse projeto pode ir por água abaixo”, contou Romário.
Os projetos
Além dos projetos de renegociação da dívida do Hospital com a RGE, também havia uma série de matérias encaminhadas pela prefeita interina Mari Machado (PSB), que, segundo o governo, devem dar continuidade a uma série de serviços no Município. A abertura de crédito especial de quase R$ 11 milhões para a continuidade das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) II, está entre elas.
Além disso, existe a necessidade emergente de contratação de engenheiros e topógrafo do Departamento de Água e Esgotos (DAE) e a revisão de remuneração dos servidores do magistério, que só pode ser incluída na folha de pagamento se for aprovada pela Câmara.
Romário Paz comentou a retirada de quórum que impossibilitou a discussão e votação da urgência dos projetos. “Isso para a comunidade do trabalho. Tinham vários projetos que tinham urgência em serem votados, principalmente a renegociação dos débitos da Santa Casa com a RGE. Acaba que um levanta e sai, como aconteceu, e fica complicado. A comunidade que vai ser lesada”, argumentou.
Argumentos
Antes de deixar o parlamento, o vereador Enrique Civeira solicitou a palavra questionando o fato do Executivo ter solicitado a urgência na tramitação das matérias. “Por que a urgência? É inadmissível que nessa casa tudo seja em caráter de urgência, eu gostaria que fosse analisado se é de urgência ou não”, afirmou. Minutos depois, Enrique Civeira deixou o plenário e o presidente, o vereador Romário Paz (MDB), foi obrigado a encerrar a sessão.
O líder do governo na Câmara, vereador Carlos Nilo (Progressistas), criticou a atitude adotada por Civeira. “Eu já fui oposição, mas nunca trabalhei para prejudicar projeto de lei que é bom para o nosso município, porque a oposição não pode ser contra o município, mas sim a forma que é conduzida a gestão”, disse Nilo. O progressista emendou deixando um recado. “O que tem que ter é o dever e a consciência do vereador de fazer o seu trabalho”, complementou.
Câmara parada há duas semanas
Com o encerramento da sessão antes das votações, nessa quarta, a Câmara de Vereadores completa duas semanas sem continuidade nos serviços. Isso porque, em virtude do Carnaval, o Legislativo fez ponto facultativo na segunda e quarta-feira da semanada passada.
Nessa segunda-feira (02), o presidente da Câmara autorizou a realização do velório do taxista Rudiney Martins no plenário João Goulart; a sessão dessa quarta também não aconteceu por completo.
De acordo com os registros, pelo menos sete parlamentares estavam em viagem e um de atestado médico, durante a última sessão, restando apenas os nove vereadores para manter as discussões das matérias, mas com a retirada de Civeira, a sessão foi encerrada.
