Lançada nesta semana, iniciativa prevê ações de prevenção e monitoramento do invasor que causa prejuízos ambientais e econômicos, principalmente em lavouras e na criação de ovinos
Um dos principais causadores da perda da biodiversidade no planeta, os javalis serão controlados no Rio Grande do Sul por meio de um plano — o primeiro do país em âmbito estadual. Lançado nesta semana, após dois anos em elaboração, o programa prevê ações de prevenção e monitoramento do invasor exótico que causa danos ambientais e econômicos — principalmente em lavouras e na criação de ovinos.
— Esse é um dos nossos desafios, mostrar a população o outro lado dessa espécie invasora, que não tem predador natural e destrói tudo o que vê pela frente, de lavouras e animais a plantas nativas — explica Dennis Patrocínio, analista ambiental da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura.
Entre as primeiras ações do programa está a instalação de armadilhas de captura em unidades de conservação. Algumas já foram colocadas na região dos Campos de Cima da Serra. O javali é a única espécie de animal com controle autorizado pelo Ibama — por meio de cadastro de controladores.
Outra medida imediata prevista no plano é a integração do trabalho de monitoramento entre órgãos do governo, setor produtivo, universidades e prefeituras.
— O que tínhamos até então eram iniciativas isoladas. Agora centralizamos todas as ações em atividades integradas, em busca de resultados mais efetivos — afirma Patrocínio, acrescentando que o plano estadual foi inspirado no programa nacional, lançado há dois anos.
Por meio de um aplicativo, o Invasoras RS (disponível para aparelhos com sistema Android), o plano irá monitorar a incidência da espécie e as caças no Estado. Qualquer pessoa pode solicitar registro no Ibama para fazer o controle de javali. Desde abril, todo o processo foi informatizado por meio do Sistema de Monitoramento de Fauna (Simaf). O Rio Grande do Sul é o Estado com o maior número de pessoas cadastradas para o controle da espécie, cerca de 13 mil.
— Esse avanço foi muito importante, pois facilitou o cadastro e também o acompanhamento das ações dos controladores, antes feitas por meio de registros em papel — explica Rodrigo Dutra, coordenador-geral de Gestão da Biodiversidade, Florestas e Recuperação Ambiental do Ibama.
Fonte : Gauchazh