Por volta das 10h30 da manhã desta quinta-feira (11) quem passou pelo Largo Hugulino Andrade pode ver várias viaturas da Brigada Militar perfiladas com as sirenes ligadas e policias batendo continência no momento exato do enterro de mais um companheiro de farda. A homenagem prestada aqui na fronteira foi para o PM Gustavo de Azevedo Barbosa Júnior, de 26 anos, que morreu com um tiro na cabeça na madrugada de quarta-feira (10) durante uma abordagem policial na cidade de Porto Alegre. Mais uma vez a sociedade gaúcha e a família brigadiana perderam um profissional da segurança pública durante o exercício do seu trabalho. O soldado deixa a esposa. Ele não tinha filhos e foi o 12º policial militar a ser morto nos últimos cinco anos.
O coronel Mário Ikeda, comandante geral da BM, lamentou a morte do agente.”Ele tinha dois anos e meio de Brigada Militar. Informações que nós temos é de que eles foram fazer uma abordagem a um veículo suspeito em ocorrência de roubo. Foram fazer a abordagem, entraram em confronto e, lamentavelmente, o nosso colega foi mortalmente ferido”, afirma.
“Todas essas informações recebemos com muita tristeza. Esse é o quarto policial militar morto em serviço esse ano. Nos últimos anos, aumentou o número de confrontos com a BM, aumentou o número de confrontos com ação de tiros, tiroteios, e isso nos preocupa. Os criminosos estão cada vez mais com armamento mais forte, normalmente importado e de origem ilícita”, acrescenta o comandante.
Sobre a ação
O policial militar morreu em um confronto em Porto Alegre na madrugada desta quarta-feira depois de uma perseguição que começou na Rua Sepé Tiarajú, na Zona Sul, quando os policiais tentaram abordar um carro roubado. Os suspeitos começaram a atirar contra os agentes. Segundo a Polícia Civil, eles estavam armados com três pistolas.Um dos tiros acertou a viatura e atingiu o policial na cabeça. O colega dele assumiu a direção e foi até o Hospital de Pronto Socorro (HPS). Os médicos tentaram fazer os primeiros socorros, mas o agente já estava sem vida. Conforme a polícia, estavam no carro três homens e uma mulher. Os três homens fugiram, mas a jovem, de 22 anos, foi alcançada pela polícia e levada até a delegacia.
Suspeitos Identificados
Segundo o delegado Newton Martins, da Policia Civil que investiga o caso , os criminosos procuravam por um rival, e por isso, haviam sequestrado a jovem de 22 anos, que era ex-namorada do alvo do trio. Ela foi levada para prestar depoimento na delegacia.
“A vítima, também ouvida como testemunha dos relatos que subsidiaram inicialmente nosso procedimento, foi uma pessoa subtraída na porta de casa por esses três indivíduos, que tripulavam esse Ford Fiesta preto e iniciaram o trajeto com perguntas e ameaças objetivando localizar um ex-namorado dessa vítima, participante de uma facção rival”, explicou o delegado.
“A testemunha, que ficou em cárcere dentro do carro, foi o elo de ligação entre eles e o objetivo, que provavelmente era executar esse desafeto”, acrescentou, em entrevista coletiva na tarde desta quarta.
O crime aconteceu na Praça Guia Lopes, na Zona Sul, quando os policiais tentaram abordar um carro roubado e ocupantes do veículo começaram a atirar. Um dos disparos atingiu o policial na cabeça. O colega dele assumiu a direção e foi até o Hospital de Pronto Socorro (HPS). Os médicos tentaram fazer os primeiros socorros, mas Gustavo já estava sem vida.
Segundo o delegado, os três suspeitos têm antecedentes por homicídio, da época em que eram menores. Um deles, de 21 anos, foi preso em flagrante no fim da manhã pela Brigada Militar, que dava sequência às buscas que começaram ainda durante a madrugada. Martins solicitou ao Judiciário a conversão da prisão em preventiva.
O outro, de 17 anos, foi apreendido. A polícia ainda procura Dejair Quadros de Almeida, de 24 anos, foragido do sistema penitenciário desde o ano passado. Os três são da Vila Cruzeiro, suspeitos de integrarem uma facção criminosa que atua na região.
O delegado considera “provável” que todos – menos a jovem que foi sequestrada – tenham disparado contra policiais. “Esse é um ponto que a testemunha não conseguiu descrever com precisão”, pondera.
Segundo ele, um dos PMs que estavam junto com Gustavo pedia reforços pelo rádio quando os criminosos abriram fogo. “Enquanto um dos soldados, o que estava no banco do carona, fazia contato com a Central pedindo reforço para a abordagem daquele veículo, já se iniciaram os disparos no veículo da frente”, afirmou.
Fotos : Matias Moura – Texto – Matias Moura e GauchaZH