Público que lotou as dependências do Autódromo Eduardo P. Cabrera foi recompensado com duas corridas eletrizantes que definiram a Copa Mercosul; com o título, Giaffone assumiu a liderança do ranking da Grande Final com dois pontos de vantagem para Cirino
Felipe Giaffone fez a festa diante de 28 mil pessoas que abarrotaram as dependências do Autódromo Eduardo P. Cabrera, em Rivera (Uruguai) ao conquistar a Copa Mercosul após duas corridas eletrizantes que foram vencidas por Roberval Andrade e Renato Martins, nesta ordem. Com o título, Giaffone assumiu a liderança do ranking da Grande Final, com dois pontos de vantagem para Cirino.
A festa no autódromo contou também com corridas do Mercedes-Benz Challenge, apresentações de dragsters americanos que levantaram o público, Desafio dos Brutos entre Roberval e Djalma Fogaça (com Roberval levando a melhor) e o Desfile dos Pilotos, que fizeram questão de saudarem todos os grupos de fãs que lotaram o paddock, os camarotes, a Arena Nação Truck (onde muitos acamparam durante o fim de semana) e as arquibancadas – chegando a formar uma fila de quase 2km no acesso ao autódromo.
Na pista, Giaffone correu com um olho em Cirino e Roberval e outro na tabela de pontuação. Tanto que, ao ver que teria desgaste na briga pela liderança com Roberval Andrade, deixou o rival passar e ficou apenas monitorando tanto ele quanto Cirino, que largou muito mal e chegou a corrida 1 apenas em quarto lugar, permitindo a Felipe colocar uma mão e meia na taça antes mesmo da segunda largada.
Já a corrida complementar ficou por conta dos coadjuvantes da decisão: Djalma Fogaça, Renato Martins e Régis Boéssio, que não tinham chance de título, aproveitaram ao máximo a chance que tiveram de largar na frente por conta do grid invertido (onde os oito primeiros da prova 1 trocam de posições) e proporcionaram aos uruguaios a melhor corrida do fim de semana.
Djalma – que foi confirmado em cima da hora – segurou Renato como pôde até se cansar e errar em uma das curvas, permitindo a passagem dos rivais. De olho na chance, Martins, que é um dos grandes nomes da história das corridas de caminhões no Brasil, aproveitou o máximo possível a possibilidade de vencer pela primeira vez na Copa Truck. Em segundo, Boessio também obteve seu melhor resultado na categoria, enquanto Roberval, Felipe e Fogaça completaram o pódio.
“Eu corri olhando a Copa e deu certo. Queria agradecer a Volkswagen por ter mandado engenheiros, mas a coisa está ficando competitiva. O Roberval na prova 1 era mais rápido, eu não estava segurando; o Cirino vinha forte atrás e trocou de posição com o André e a segunda prova foi uma guerra, com todo mundo trocando tinta numa boa. Agora em Curvelo não tenho chances de campeonato na Copa Sudeste e vou para ganhar as corridas”, comenta o campeão Giaffone, que ficou de fora da primeira etapa da Sudeste e, com isso, não tem mais chances de título.
Cirino, por sua vez, ficou feliz com o Troféu de Prata da Copa Mercosul, já que ele, assim como Giaffone, não tem chances na etapa de Curvelo. “Na largada eu tive um problema e perdi algumas posições e depois o caminhão esquentou, tive de tirar o pé e correr com a calculadora para garantir mais pontos de bônus e acabou dando tudo certo. Parabéns a Rivera pela recepção incrível e agora vamos para MG.”
Já Roberval enfrentou uma situação contrária: conseguiu salvar pontos e parte para a decisão da Copa Sudeste com duas vitórias e uma vantagem confortável p”Aqui foi uma superação, eu pretendo manter esse foco. Estou bem determinado para a decisão da Copa Sudeste, em Curvelo, na qual eu lidero e tenho boas chances de ser campeão.”
Sentindo novamente o gostinho da vitória, Renato Martins levou seu filho Renatinho às lágrimas, já que foi a primeira vez que o garoto pôde saborear de verdade uma vitória do pai. “Tava com saudade, o duro é se acostumar. Acho que vou melhorar o caminhão do Fogaça e o meu, só”, conta, brincando. “O Fogaça estava em um ritmo bom e o Regis também. Os Mercedes eram mais fortes, mas essa é uma pista difícil de passar e usei isso a meu favor”, resume.
Outro que estava feliz da vida era Djalma Fogaça, que foi convidado para correr em cima da hora e saiu do Uruguai com o primeiro trofeu dele no ano. “Não era nem para eu estar aqui. Usei tudo emprestado e não estava preparado, fui chamado em cima da hora e saio feliz daqui, pois corri sem preparação física, caí de paraquedas, mas conseguimos encontrar o caminho do caminhão e isso me deixou bem contente.”
Troféu que também caiu muito bem para Regis Boessio, que trabalhou no fio da navalha para resolver um problema que perdurou em seu Volvo no fim de semana. “É muito bom voltar ao pódio. A equipe trabalhou até as 4 da manhã e 80% desse troféu é mérito deles”, completa. Agora a Copa Truck tira um intervalo de três semanas até a decisão da Copa Mercosul, em Curvelo (MG), na qual Roberval Andrade lidera com 40 pontos, seis a mais que André Marques e Luciano Burti e 13 à frente de Fábio Fogaça e Renato Martins.
A próxima etapa da temporada 2018 acontece dia 28 de outubro em Curvelo (MG), que decide a Copa Sudeste e define os últimos três nomes para a Grande Final, marcada para 2 de dezembro em Curitiba.
Corrida 1
1. Roberval Andrade (Scania), 15 voltas em 25min05s216
2. Felipe Giaffone (Volkswagen), a 11s202
3. André Marques (Mercedes-Benz), a 22s251
4. Wellington Cirino (Mercedes-Benz), as 23s665
5. Regis Boessio (Volvo), a 29s649
6. Pedro Paulo Fernandes (Mercedes-Benz), a 47s613
7. Djalma Fogaça (MAN), a 48s530
8. Renato Martins (Volkswagen), a 49s248
9. Fabio Fogaça (Ford), a 50s415
10. Witold Ramasauskas (MAN), a 51s588
11. Adalberto Jardim (Ford), a 54s350
12. Duda Bana (Volvo), a 54s903
13. Luiz Lopes (Volvo), a 1min04s453
14. Giuliano Losacco (Iveco), a 3 voltas
15. Debora Rodrigues (Volkswagen), a 3 voltas
Não completaram:
Rodrigo Belinati (Volkswagen) a 6 voltas
Beto Monteiro (Iveco), a 8 voltas
Leandro Totti (Mercedes-Benz), não largou
Melhor volta: Roberval Andrade (Scania), 1min34s751
Corrida 2
1. Renato Martins (Volkswagen), 15 voltas em 25min21s983
2. Regis Boessio (Volvo), a 2s840
3. Roberval Andrade (Scania), a 3s009
4. Felipe Giaffone (Volkswagen), a 7s998
5. Djalma Fogaça (MAN), a 9s707
6. Wellington Cirino (Mercedes-Benz), a 10s194
7. Pedro Paulo Fernandes (Mercedes-Benz), a 16s942
8. Adalberto Jardim (Ford), a 33s525
9. Luiz Lopes (Iveco), a 35s890
Não completaram:
André Marques (Mercedes-Benz), a 9 voltas
Duda Bana (Volvo), a 14 voltas
Fábio Fogaça (Ford), a 15 voltas
Witold Ramasauskas (MAN), a 15 voltas
Giuliano Losacco (Iveco), a 15 voltas
Debora Rodrigues (Volkswagen), a 15 voltas
Rodrigo Belinati (Volkswagen), a 15 voltas
Beto Monteiro (Iveco), a 15 voltas
Leandro Totti (Mercedes-Benz), não largou
Classificação final da Copa Mercosul
1. Felipe Giaffone, 72 pontos
2. Wellington Cirino, 57
3. Roberval Andrade, 54
4. Renato Martins, 46
5. André Marques, 45
6. Regis Boessio, 41
7. Pedro Paulo Fernandes, 33
8. Beto Monteiro, 30
9. Adalberto Jardim, 29
10. Danilo Dirani, 27
11. Witold Ramasauskas, 26
12. Leandro Totti, 26
13. Luiz Lopes, 26
14. Djalma Fogaça, 24
15. Giuliano Losacco, 22
16. Fabio Fogaça, 15
17. Duda Bana, 15
18. Debora Rodrigues, 8
19. Rodrigo Belinati, 5
20. Rogerio Castro, 2
Ranking de pontos da Grande Final
Felipe Giaffone, 24 pontos
Wellington Cirino, 22
André Marques, 16
Roberval Andrade, 18
Giuliano Losacco, 10