seg, 1 de setembro de 2025

Variedades Digital | 30 e 31.08.25

Produtores rurais investem em novas técnicas para controle do Javali

Na estância Lageado, os proprietários estão investindo em técnicas como cerca elétrica e jaulas para a contenção dos predadores (Foto: Matias Moura)

Para minimizar perdas e manter a produtividade, muitos produtores estão optando por técnicas simples como a utilização de gaiolas e cercas elétricas

O negócio é se adaptar a está nova realidade: A presença do Javali nos campos da fronteira. Nesta semana a convite da equipe Javali no Pampa, a reportagem do Jornal A Plateia acompanhou o biólogo Thiago dos Reis a uma visita a Estância na região do Ibirapuitã para conhecer algumas técnicas de controle do Javali que foram implantas na propriedade.
A Estância do Lajeado localizada há cerca de 25km do município registrou as primeiras aparições dos Javalis no ano de 2013, e de lá para cá os proprietários tem realizado algumas ações que ao longo dos anos tiveram bons resultados.
Servido como uma espécie de laboratório experimental para a Equipe Javali no Pampa, a área conta hoje com armadilhas de gaiolas que são colocadas em pontos estratégicos onde fica evidenciada presença desses animais. “Nós realizamos o acompanhamento nesta propriedade há aproximadamente 4 anos, como ela está localizada dentro da APA do Ibirapuitã nós atuamos junto com o ICMBIO além de outros órgãos como a EMBRAPA de Santa Catarina. Hoje nossa preocupação é com a parição dos cordeiros onde nós sugerimos ao proprietário a implementação do Choque (cerca elétrica) que impede os Javalis de chegar até as ovelhas. É importante que o produtor identifique onde estão acontecendo os ataques e remova o seu rebanho do local utilizando o método de cerceamento elétrico que por sua vez expõe mais o Javali e facilita até mesmo o seu abate” destaca o biólogo.

Bons resultados

Para manter um controle melhor e diminuir o impacto da ação do predador Thiago indica uma combinação entre as técnicas aplicadas e o manejo adequado dentro da propriedade. “ Antes do aparecimento dos javalis nesta propriedade a taxa de parição de cordeiros era de 86% , dois anos caiu para 43% com a ação do predador. Depois que nós começamos a utilizar as gaiolas e de realizar alguns abates em busca ativa nós conseguimos subir o número para 61%. Já no segundo ano de trabalho. E agora estamos alcançando a média de 86% de nascimentos novamente. No caso do produtor ter um rebanho de 200 a 300 ovelhas dá para utilizar tranquilamente a técnica do choque que ela vai funcionar muito bem” afirma.

Método eficaz

O produtor rural Carlos Otávio Borba, destaca a importância do trabalho em conjunto a com a Equipe Javali no pampa que presta assessoria técnica na propriedade possibilitando a redução dos danos ao rebanho “Fizemos um potreiro de 54 hectares para parição dos cordeiros e até o presente momento não encontramos nenhum cordeiro abatido pelos javalis e nenhum a presença deles dentro da área cercada. Além disso nós fizemos uma linha com quatro jaulas que são revisadas diariamente e quando algum animal escapa da linha das jaulas ele é abatido. Os javalis estão bem instalados e aptados em nossa região, então o produtor vai ter que se adaptar também” disse Otávio.
Segundo ele é preciso ficar atento aos primeiros sinais da presença do javali para que se possa agir rápido e evitar maiores perdas. “Aqui foi lá por 2013 que a gente começou a perceber. E este é um grande problema, o produtor se dar conta que ele está sendo predado pelo porco. Porque a gente não encontra quase nada no início, e com o tempo se percebe o dano” disse.

Somente a busca ativa não é suficiente

Na opinião do produtor somente a busca ativa noturna não é suficiente para amenizar o problema. E sim uma combinação de técnicas. “Hoje aqui nós temos 4 jaulas que são recorridas diariamente. Elas funcionam como uma armadilha onde nós já pegamos até 14 javalis em uma única vez. Mas também já pegamos 7 ou 8 no mesmo dia” disse. Na propriedade também já foram capturados e abatidos animais de mais de 200kg.

Sobre o consumo da carne 

Depois de capturados os animais são abatidos na propriedade com armamento legalizado. Sobre o consumo o biólogo destaca. “Como ele é uma animal de habito onívoro que se alimenta de carniça entre outras coisas ele pode contrair várias doenças e transmitir inclusive para o ser humano. Então vai de cada pessoa correr o risco de consumir ou não”.
Segundo o biólogo Thiago dos Reis a atuação da equipe acontece de forma voluntária junto aos produtores num esforço da diminuir a os danos causados pelos Javali na região do pampa aplicando técnicas utilizadas em outros países como Estados Unidos que lida com a problemática há mais de 40 anos.
A equipe Javali no Pampa composta por La Hire Mendina Filho, médico veterinário, Marcelo Osório Wallau professor da Universidade da Florida, nos Estados Unidos. Nilson Rodrigues Molinos, administrador e Thiago Xavier dos Reis biólogo. Para maiores informações ligue (55) 9 9713-1009 ou acesse o site www.javalinopampa.info

Produtor rural Carlos Borba, demonstra juntamente com o biológo Thiago dos Reis a eficácia da utilização de jaulas na captura dos javalís (Foto: Matias Moura)

Na estância Lageado, os proprietários estão investindo em técnicas como cerca elétrica e jaulas para a contenção dos predadores (Foto: Matias Moura)
Foto mostra 14 javalís capturados em um único dia, utilizandoa tácnica das jaulas.
(Foto: Matias Moura)

Por: Matias Moura – [email protected]

Jornalista/gilbertojasper@gmail.com

Por Gilberto Jasper: DINOSSAURO ANALÓGICO

Jornalista/[email protected] Neste mundo de golpes, fake news, manipulações e ilusões virtuais, me considero um autoexilado digital. Até quatro anos atrás ainda militava no Facebook, considerada “uma rede social para velhos”, categoria, aliás, na qual orgulhosamente me incluo. Invasões do meu perfil me fizeram mudar de ideia de manter atualizado este espaço. A decisão foi dolorosa, principalmente porque se tratava do