sex, 29 de março de 2024

Aplateia Digital | 23 e 24.03.24

Última Edição

COMO NASCEM PESSOAS!

Buenas!, 

 

Não sei se vocês notaram, mas não para de nascer gente. Temos em torno de 8 bilhões de pessoas tomando conta deste planeta, sabiam? Praticamente dobrou o número de pessoas nos últimos cinquenta anos. Pensem comigo, em 50 anos, colocamos no planeta o mesmo número de habitantes que os cem mil anos anteriores. Cem mil anos, eu disse. Querem que eu repita? Acho que não preciso, pois meus leitores hão de concordar que é gente caindo pelas tabelas, caso a Terra fosse plana, como alguns pseudo-intelectuais insistem em arrotar, ultimamente. 

Como lidar com tanta gente?, pergunta este apavorado terráqueo. Há parasitas, como os gafanhotos, que devastam lavouras. Já os humanos, que se auto intitulam racionais, devastam florestas em busca de espaço para plantações que não seriam tão necessárias se não fossemos tantos bilhões. E a tendência é de crescimento.  

Não por acaso, a “Mãe Natureza” está começando a cobrar seu preço. Não há quem não tenha visto as apocalípticas e inéditas nuvens de poeira tomando conta do centro do país, além da crônica falta de chuvas que preocupa toda a nação. Viram as torrenciais enchentes na Europa neste último inverno, arrasando cidades inteiras? Pois é, ela parece estar revoltada com o tratamento recebido pelo povinho que compõe a maioria de seus habitantes.  

[Quebra da Disposição de Texto]Obviamente todos os meus 36 leitores conhecem Dan Brown, o autor do livro “O Código da Vinci”. Recomendo lerem um dos seus últimos livros: “Inferno”, de 2013. Antes de entregar o enredo, deixem-me externar minha indignação com o cinema hollywoodiano: acreditam que eles não respeitaram o final do livro, invertendo a conclusão da água para o vinho? Impressionante… mesmo assim, não contarei o final, fiquem tranquilos, somente um resumo da trama que vem ao encontro da temática desta crônica.  

Nesta obra, o famoso historiador Robert Langdon está em Florença, capital do Renascimento, cidade em que Dante inspirou-se para escrever sua “Divina Comédia” e criar a imagem do inferno como a conhecemos. Langdon enfrenta a ameaça de uma praga que irá acabar com boa parte da humanidade. Um riquíssimo intelectual defende a teoria de que há habitantes demais no planeta e estes irão destruí-lo. Antes que isso aconteça, afirma que precisamos reduzir drasticamente a população (lembrei-me do malévolo Thanos, da Marvel, que tinha intenção similar). Para tanto, o cientista desenvolve um vírus que irá impedir o crescimento populacional. Não, caríssimos, leitores, não foi o maldito vírus que nos assola há quase dois anos, neste caso literário, seria um ficcional.

Por motivos bastante similares, tanto o cientista quanto Thanos consideram o excesso de população pragas capazes de dizimar planetas, no caso do personagem dos quadrinhos, ou acabar com os recursos da Terra, como pensa o personagem do livro “Inferno”. E, em partes, ambos têm razão.  

Abre parênteses: que costura literária eu construí! Modéstia às favas, sinto um imenso orgulho de mim mesmo por conseguir costurar os distantes universos de Dante, Dan Brown e da Marvel no mesmo texto. Fecha parênteses. 

Não esperava que nossa geração testemunhasse os efeitos da irrefreada destruição da natureza e da quantidade gigantesca de nascimentos. Não podemos esquecer que contamos com um sistema de saúde eficaz que ajuda a ficarmos mais tempo por aqui a cada nova geração. Quem de nós não quer viver mais de 100 anos, desde que seja de maneira saudável e lúcida, pergunto. Porém, precisamos ser tantos e cuidar tão pouco do planeta? 

Alguns dirão que a pandemia da covid-19 fez um estrago planetário e eu irei concordar. Milhões de pessoas inocentes perderam a vida, infelizmente. Porém, caros amigos, por mais religiosos que possamos ser, o “crescei e multiplicai-vos” da Bíblia foi proferido em uma época em que contávamos com menos de quinhentos mil esfomeados habitantes. Hoje,  poderíamos puxar o freio de mão reprodutivo, não acham? 

Pegando um exemplo contemporâneo, para dar conta de alimentar sua população, a China, impôs severas leis de controle de natalidade, há algumas décadas. Mesmo assim, hoje extrapolam 1,5 bilhão de habitantes. Assim, precisam comprar boa parte da soja e da carne produzidas no mundo, apertando um dos principais gatilhos da inflação daqui e da Argentina. A carne que ambos exportam para lá, diminui a quantidade disponível por aqui, fazendo com que os preços subam sem controle, por falta de oferta. 

O que poderíamos fazer?, pergunto e já tento responder: poderíamos apelar para as jóias do infinito de Thanos e dizimar metade da população mundial. Contudo, a dificuldade desta escolha é que as perdas seriam aleatórias, mais ou menos como faz hoje o vírus da covid-19, levando pessoas deveras importantes para a sociedade. 

Talvez criar um vírus, como fez o cientista do livro “Inferno”, para reduzir a ampliação da população mundial, “castrando” quimicamente o ser humano, evitando que no futuro a Terra vire um verdadeiro inferno. 

Ou ainda, esperar que cada um vá para seu círculo do Inferno, como previu Dante, e lá tenha a eternidade para se arrepender de procriar como coelhos e ter cuidado da natureza como humanos desrespeitosos. 

Quiçá nenhuma destas artimanhas seja a solução, contudo, penso existir uma alternativa plausível, que seria a educação. Brado essa bandeira reiteradamente em meus escritos, pois tenho certeza que, com ela, quem planeja ter filhos nos tempos atuais, irá entender quando os médicos recomendam evitar a reprodução nestes tempos pandêmicos, pois não sabemos ainda todos os efeitos da covid-19 nas futuras crianças. Também daríamos mais atenção aos ambientalistas que nos alertam há décadas dos efeitos da devastação de florestas e da quantidade cada vez maior de pessoas em busca de comida mundo afora. 

Senão, no futuro, quando a coisa piorar, teremos de aceitar o estalar de dedos de Thanos… 

Rodrigo Lorenzoni diz que falta transparência e questiona necessidade de aumentar impostos

Os dados divulgados pela Secretaria da Fazenda do RS essa semana mostram que nos dois primeiros meses de 2024, a arrecadação do estado aumentou 24% em relação ao mesmo período do ano passado. Ainda assim, o governador Eduardo Leite tem insistido na necessidade de aumentar impostos,  de forma direta, aumentando a alíquota base do ICMS, ou indiretamente, através das decretos