sex, 29 de março de 2024

Aplateia Digital | 23 e 24.03.24

Última Edição

Quero sair de casa!

Gilberto Jasper – Jornalista / gilbertojasper@gmail.com

Li, em algum lugar, que mais de 70% das pessoas que trabalhavam em casa – e gostavam da novidade – mudaram de ideia depois de oito meses de confinamento. Isso não causa estranheza. Afinal era algo diferente, formato de atividade que povoou nossa imaginação há muito tempo. Ouviu-se muito sobre esta possibilidade tornar-se rotina, mas jamais experimentamos na prática esta revolução das relações de trabalho.
Estou desde 20 de março em casa. Mantenho uma jornada de 12 a 14 horas de trabalho por dia. Graças ao maldito celular é impossível para um curioso e ansioso ficar distante das notícias. Na semana passada, pela primeira vez, resolvi “tirar um ronco” no meio da tarde. Estava exausto. Fechei as cortinas, levei meia hora para relaxar e usufruir de uma das poucas coisas boas de levar trabalho para casa.
Para espanto da minha filha dormi por quase três horas. Incrivelmente despertei sem a consciência pesada. Ela confessou que temeu que tivesse herdado meus boletos e dívidas, mas despertei. Até à noite fiquei meio anestesiado, um dos motivos porque não cultivo o hábito de sestear.
Milhões de brasileiros estão em prisão domiciliar há quase um ano. O retorno te sido uma montanha-russa. O abre e fecha, libera e restringe. Toda a esperança reside na milagrosa vacina, salvadora que permitirá a volta ao “normal”. As festas de fim de ano vêm aí, seguidas das férias de verão, fuga em massa para as praias, aglomeração. O justo descanso para que sofreu como nunca em 2020. Mas será que isso vai acontecer?
Gosto de gente, de conversar, trocar ideias, circular por vários lugares. Minha paciência está no limite e faço do trabalho uma fuga. Não imagino trabalhar em outra atividade, mas jornalismo é absorvente, principalmente para um curioso ansioso.
Especialistas garantem que milhões de trabalhadores deixarão de se desloca todos os dias para seus empregos, fixando a residência como escritório. O home office chegou antes do previsto sem a necessária adaptação. Os próximos meses são de expectativa, mas não acredito em alterações substanciais da rotina. Os riscos são elevados, ainda há muitos casos, óbitos e incertezas que não podemos ignorar.
Infelizmente acho que continuaremos mascarados, com medo. E o pior: distantes dos amigos, do chope e do churrasco. Também ficaremos privados dos beijos e dos abraços tão comuns em nossa rotina. Não poderemos manifestar o nosso afeto com familiares, amigos, colegas.
É muito difícil prever as consequências psicológicas advindas desta pandemia inédita para a nossa geração. Mas o que já estamos vendo é assustador, inédito, devastador. São as doenças mentais – alcoolismo, depressão, suicídios – cujas estatísticas estão sendo escondidas. Por enquanto. Uma situação preocupante!

Rodrigo Lorenzoni diz que falta transparência e questiona necessidade de aumentar impostos

Os dados divulgados pela Secretaria da Fazenda do RS essa semana mostram que nos dois primeiros meses de 2024, a arrecadação do estado aumentou 24% em relação ao mesmo período do ano passado. Ainda assim, o governador Eduardo Leite tem insistido na necessidade de aumentar impostos,  de forma direta, aumentando a alíquota base do ICMS, ou indiretamente, através das decretos