sex, 29 de março de 2024

Aplateia Digital | 23 e 24.03.24

Última Edição

Opinião – Crise e oportunidade no campo

A queda de 40,4% na produção de soja no Rio Grande do Sul este ano, decorrência de longa estiagem, é notícia preocupante, sobretudo quando as perspectivas para as economias gaúcha e nacional se deterioram devido à pandemia do Covid-19. A recente previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de que a colheita estadual chegará a 11,4 milhões de toneladas em 2020, contra 19,2 milhões do ciclo anterior, pede uma revalorização do papel estratégico do campo na superação da crise.
Apesar de devastadora, a disseminação do coronavírus e seus efeitos sociais vão passar. O país terá de buscar a retomada do crescimento para superar os prejuízos deixados pelo maldito vírus e, como em todas as crises anteriores, o agronegócio será decisivo para a recuperação do país. Além de garantir o abastecimento da população, o campo será chamado a suprir a demanda mundial por alimentos pós-pandemia.
Graças à bianualidade da safra e a desvalorização do real frente ao dólar, a soja – principal commodity da pauta de exportações – favorecerá a melhora dos indicadores gerais do Brasil. O setor de transporte de carga continuará sendo impulsionado pela colheita de grãos, que deverá alcançar números recordes no conjunto do país. Os atacadistas e varejistas de peças agrícolas deverão, por sua vez, ter novo ano de crescimento das vendas.
O agronegócio nacional respondeu por 21,4% do Produto Interno Bruto (PIB), percentual que crescerá devido ao baque no comércio e na indústria. Cabe, pois, às autoridades prestar atenção às necessidades dos produtores no momento para que aproveitemos o máximo de resultados vindos do campo. Não por acaso, o primeiro alento para a economia brasileira no terrível contexto da Covid-19 veio do agronegócio, com estimativa oficial de superávit de US$ 46,6 bilhões na balança comercial em 2020.
Enquanto saúda a volta das chuvas, o Rio Grande torce unido pelo pronto retorno à ampla normalidade na produção agrícola. Com planejamento, trabalho e uso criterioso dos escassos recursos públicos, o campo gaúcho reencontrará seus dias virtuosos, para o bem de toda a sociedade.

Lasier Martins
Senador pelo
Podemos-RS

Rodrigo Lorenzoni diz que falta transparência e questiona necessidade de aumentar impostos

Os dados divulgados pela Secretaria da Fazenda do RS essa semana mostram que nos dois primeiros meses de 2024, a arrecadação do estado aumentou 24% em relação ao mesmo período do ano passado. Ainda assim, o governador Eduardo Leite tem insistido na necessidade de aumentar impostos,  de forma direta, aumentando a alíquota base do ICMS, ou indiretamente, através das decretos