qua, 24 de abril de 2024

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Após dupla falsificar assinaturas de delegados, Detran altera regras para retirada de veículos apreendidos

A descoberta de um esquema que falsificava assinaturas de delegados da Polícia Civil para liberar veículos apreendidos em operações policiais levou o Departamento de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran-RS) a adotar, desde fevereiro deste ano, medidas adicionais de segurança em depósitos credenciados no Estado. Na segunda-feira (12), um suspeito de envolvimento na fraude foi preso em Alvorada, e pelo menos cinco documentos adulterados já foram confirmados. Um segundo suspeito já identificado é considerado foragido.

O preso foi identificado como Leonardo Alves, 25 anos. Segundo o delegado Adriano Nonnenmacher, titular da Delegacia de Repressão à Lavagem de Dinheiro do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) e responsável pela investigação, não está descartado que a dupla tenha recebido o apoio de mais dois criminosos que ainda não foram identificados.

— Essa dupla descobriu uma brecha no sistema e começou a realizar a fraude, pelo menos desde o início do ano, oferecendo os veículos retirados ilegalmente para terceiros. Estamos apurando se eles revendiam ou repassavam para os antigos donos, também criminosos — ressalta Nonnenmacher.

A corregedora do Detran, Fernanda Castoldi, diz que a medida adotada é para casos de veículos apreendidos de criminosos em operações ou investigações sobre, por exemplo, lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, entre outros delitos. Para a retirada deles, antes era necessário apenas um ofício do delegado de polícia — o chamado auto de restituição em documento de texto — indicando o automóvel e o policial responsável para buscá-lo nos depósitos. Após a verificação da fraude, agora é preciso que a própria autoridade policial emita um boletim de liberação, uma nova ocorrência, para evitar novas irregularidades. Com isso, a ação fica registrada no sistema e pode ser verificada facilmente antes de qualquer retirada dos carros.

— É uma medida que adotamos logo após o contato com a polícia no início do ano, mas não divulgamos porque a investigação estava em andamento. É uma medida emergencial após uma parceria com a instituição — ressalta Fernanda.

Segundo Nonnenmacher, os donos de depósitos estão sendo orientados, mesmo com o novo boletim de ocorrência, a ligar para as delegacias com o objetivo de confirmar a liberação dos automóveis. Ele também ressalta que foi dado um alerta interno entre as delegacias para que todo o cuidado seja adotado nestes casos, evitando novas falsificações de assinaturas.

A corregedora Fernanda Castoldi destaca que técnicos do Detran seguem fazendo uma varredura para verificar se foram emitidos outros ofícios falsos. Até agora foram identificados pelo menos cinco e em depósitos diversos, principalmente na Região Metropolitana de Porto Alegre. Ela diz que, junto à Companhia de Processamento de Dados do Estado do Rio Grande do Sul (Procergs), está qualificando ainda mais o sistema para garantir uma maior segurança em um futuro breve. Ela lembra que esta alteração é para veículos apreendidos de criminosos durante investigações policiais e que a retirada de carros acidentados ou envolvidos em multas de trânsito continua igual.

Fonte: GauchaZH