sex, 29 de março de 2024

Aplateia Digital | 23 e 24.03.24

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Alta do frete preocupa laticínios gaúchos

Foto: Carolina Jardine/Agência

Os laticínios gaúchos estão preocupados com o reflexo que a nova tabela de frete trará ao preço do leite ao consumidor e seu impacto sobre a inflação no Brasil. O assunto foi alvo de reunião de indústrias associadas ao Sindilat na tarde de ontem (24), em Porto Alegre (RS). Segundo o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, a tabela ora divulgada mexe sensivelmente nos custos da produção e distribuição do leite no Rio Grande do Sul, com elevação que oscila entre 20% e 100% no preço do frete de acordo com a região do Estado. “O setor do leite trabalha exclusivamente com transporte rodoviário e não tem alternativa. Desta forma, o impacto será mais expressivo no produto”, pontua. O dirigente defende a livre negociação entre os players do mercado brasileiro. “Não existe hoje espaço para a adoção de tabelas de valores mínimos. Este custo quem irá pagar é o consumidor”, ressaltou.  A expectativa, alerta ele, é que o Supremo Tribunal Federal (STF) declare a medida inconstitucional.

Para driblar a elevação nos custos de frete, algumas empresas do setor estudam absorver a atividade de transporte ou, ao menos, parte dela. O grande dilema está na distribuição do produto acabado, uma vez que exige maior capilaridade. “A captação do leite no campo já é realizada por algumas empresas”, informa. O risco, alerta o presidente do Sindilat, é que o encarecimento do frete acabe resultando na revisão de algumas rotas de coleta de leite o que, em último caso, acarretaria em abandono de áreas de pouco volume. “A indústria não quer excluir nenhum produtor, mas a elevação do frete pode tornar algumas operações inviáveis tanto no que se refere à captação quanto à comercialização”, completou Guerra.

Além disso, o dirigente ainda prevê o efeito cascata da alta do frente nos insumos do setor lácteo. “Temos que pensar que o frente da madeira, do papel, das embalagens e insumos também sofrerá impacto, o que cria efeito cascata sobre a  indústria e no produto que chega ao consumidor”.

Foto: Carolina Jardine/Agência
Foto: Carolina Jardine/Agência

Rodrigo Lorenzoni diz que falta transparência e questiona necessidade de aumentar impostos

Os dados divulgados pela Secretaria da Fazenda do RS essa semana mostram que nos dois primeiros meses de 2024, a arrecadação do estado aumentou 24% em relação ao mesmo período do ano passado. Ainda assim, o governador Eduardo Leite tem insistido na necessidade de aumentar impostos,  de forma direta, aumentando a alíquota base do ICMS, ou indiretamente, através das decretos